A goleada de 5 a 1 diante do Uruguai colocou o Brasil, mais uma vez, na final de uma competição de futebol feminino. Neste sábado, 2, às 18 horas (horário de Fortaleza), o grupo comandado por Arthur Elias entra em campo no Casa Blanca, na altitude de 2.850m de Quito, no Equador, para enfrentar a Colômbia pela decisão da Copa América Feminina.
Mais do que disputar um título, o certame continental dá ao grupo brasileiro mais uma chance de buscar a evolução necessária para uma boa Copa do Mundo de 2027, que irá ocorrer em solo brasileiro e será disputada daqui a menos de 700 dias.
Ao Esportes O POVO, os especialistas na modalidade Giselly Corrêa e Mateus Schuler comentaram sobre a representação da competição da Conmebol para o grupo verde e amarelo. Em cinco jogos disputados até o momento, foram somados quatro vitórias e uma igualdade — esta justamente contra o rival da final.
Na avaliação da jornalista e comentarista do Lance! Digital, as cinco partidas jogadas até aqui já apresentaram uma evolução ao time, principalmente se comparados o primeiro jogo — uma vitória diante da Venezuela — com a goleada diante do Uruguai.
"Concordo com a avaliação que o Arthur Elias faz de que o Brasil fez o melhor jogo agora diante do Uruguai. Tinha feito uma grande partida diante do Paraguai, mas é um adversário que tinha bastante deficiências técnicas. Aos poucos as jogadoras foram entendendo mais o processo, o estilo de jogo que o Arthur Elias quis, e agora ele tá consolidando um modelo de jogo ofensivo, de intensidade e bastante ocupação de espaço", frisou a comunicadora.
O nível técnico das adversárias foi, no entanto, citado como um fator a se destacar pelos especialistas. Para o jornalista do portal Planeta Feminino Mateus Schuler a considerável disparidade entre as seleções finalistas e as demais precisa ser levada em conta, com a necessidade de que o Brasil tenha desafios maiores antes de ser anfitrião no maior torneio.
"A Copa América não teve o melhor dos níveis se comparada à Eurocopa e à Copa Africana de Nações, outros torneios continentais em paralelo. A disparidade foi muito evidente e o Brasil pouco foi exigido a ponto de mudar seu estilo de jogo. A seleção precisa urgente enfrentar seleções de nível mais forte para se qualificar mais. Arthur Elias trouxe importantes rupturas no modelo, mas necessita subir mais o sarrafo de uma equipe com grande potencial pela frente sob seu comando", acentuou ele.
Mesmo salientando o baixo nível técnico das adversárias, Giselly Corrêa crê que o torneio pode ser importante no sentido das perspectivas criadas para a Copa de 2027 e também para a Olimpíada de Los Angeles-2028, para a qual o Brasil confirmou classificação ao chegar à final do continental.
"A Copa América é um passo importante, principalmente pensando em título e confiança da equipe, e subir ainda mais no ranking da Conmebol e da Fifa. Falando em Los Angeles-2028, você já garantir a participação em um dos principais torneios do calendário do futebol feminino é muito importante. O Brasil fez isso e fez isso muito bem, mas não pode parar por aí", destacou ela.