Peça-chave do Ceará em 2025, o polivalente Dieguinho é mais uma prova de resiliência no esporte. Em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO, o jogador revelou que chegou a ser barbeiro na juventude enquanto tentava e aguardava uma oportunidade de se profissionalizar.
"Meu contato com o futebol profissional foi aos 22 anos já. Meu primeiro time profissional foi no Barcelona-RJ, que jogava a segunda divisão estadual. Antes disso eu fazia muitos testes, acho que fiz testes em cerca de nove clubes e não passava, não dava certo. Meu último teste foi no Internacional de Porto Alegre, no sub-23, em 2016 e não passei. Aí já com 21 anos, dei uma desanimada, parei e virei barbeiro. Em 2017, já com 22 anos, recebo uma ligação de um amigo meu, que me chamou para o Barcelona, e eu fui. Mesmo cortando cabelo eu ainda treinava por conta própria esperando aparecer alguma coisa. Graças a Deus apareceu o Barcelona ali. Depois joguei no Resende-RJ, no Friburguense-RJ, na Portuguesa-RJ, no Boa Esporte-MG e no Goiás", disse.
Sem atuar em categorias de base e vivendo os percalços de jogar em divisões inferiores, o atual camisa 20 do Vovô só apareceu para o cenário nacional em 2021, quando começou a se destacar pelo Goiás, que segundo o próprio Dieguinho, foi quem mudou a sua vida. Depois de quatro temporadas no Esmeraldino, ele atraiu os olhares do Ceará e optou por defender o Vovô mesmo com propostas de outros times, entre eles Athletico-PR e Sport-PE.
"O Ceará quis contar comigo. Não pediu para esperar, vieram direto em mim. Tive conversas com o Lucas (Drubscky, executivo de futebol), com o João Paulo (Silva, presidente), e, conversei diretamente com o Léo (Condé, técnico). Eu senti que o Ceará estava dando prioridade, e eu escolhi dar prioridade a quem estava me dando prioridade. Eu e minha família decidimos sair do Goiás. Eles (diretoria) até queriam renovar, é um clube muito bom, mas a gente queria respirar novos ares", comentou.
Desde que chegou ao clube, já são 34 jogos disputados, titularidade absoluta no meio-campo e um título estadual em cima do rival Fortaleza. O Clássico-Rei, por sinal, também foi assunto.
"Sabemos que é um jogo diferente. A gente se prepara da mesma forma para todos os jogos, mas quando se fala de clássico, se vê a rivalidade entre as torcidas, sempre tem o algo a mais. Uma curiosidade é que no primeiro jogo da final, o mando era deles, tinham mais pessoas, mas eu só ouvia a nossa torcida. Isso inflama a gente", disse ao Esportes O POVO.
Em outro momento da conversa, Dieguinho também avaliou a temporada do Ceará até agora e citou os objetivos que o time quer alcançar até o fim de 2025.
"Creio que estamos num bom caminho, estamos atingindo o que o clube traçou como objetivos, mas podemos chegar ainda mais longe [...] A Copa do Nordeste hoje é o campeonato que nos deixa mais próximos de um título, sabemos que o confronto contra o Bahia vai ser muito difícil, mas também sabemos que a gente pode chegar na final, ser campeão. Não chegamos na semifinal à toa. Na Série A, o objetivo é o mesmo do clube, tem que ser passo a passo, não tem jeito. A gente não pode se empolgar quando vence e se abater quando perde. Primeiro a gente pensa em manter o clube na Série A."
Dieguinho projeta jogo contra Flamengo e exalta chegada de Vina: "Extrema qualidade"
Titular absoluto do Ceará na temporada, o volante Dieguinho concedeu entrevista exclusiva ao Esportes O POVO nessa semana e projetou o duelo contra o Flamengo-RJ, que acontece amanhã, na Arena Castelão, em Fortaleza. Para o camisa 20, a expectativa para o confronto é a mesma do jogo diante do Cruzeiro, vencido pelo Vovô na semana passada.
"A expectativa é como o jogo passado, pegamos o (então) líder, uma equipe muito qualificada, que era o Cruzeiro. Agora pegamos outra pedreira. Não precisa nem dimensionar o tamanho desse jogo. A equipe do Flamengo é uma das melhores não só do Brasil, mas de toda a América do Sul. É um confronto muito difícil, mas dentro de campo são 11 contra 11. Temos capacidade de fazer aquilo que a gente sabe e sair com resultado positivo. Vai ser uma atmosfera bem bacana, é esse tipo de jogo que todo jogador gosta de jogar", disse.
O jogador de 30 anos elogiou ainda a chegada do meio-campista Vina ao time de Porangabuçu. O ídolo da torcida alvinegra, que retorna ao clube depois de dois anos e meio, foi recepcionado por centenas de torcedores na noite de quinta-feira, 31, no Aeroporto Internacional Pinto Martins.
"Com certeza será muito bem-vindo. É sempre bom ter jogadores de qualidade, ele é identificado com o clube e a torcida, já fez história aqui. Vai chegar para ajudar a gente, é um jogador de extrema qualidade. Na hora de escalar, será uma dor de cabeça boa para o Léo."