Já chegando à metade do Campeonato Brasileiro, o Fortaleza ainda não conseguiu a tal “virada de chave” no torneio, no qual está na zona de rebaixamento desde a 11ª rodada. No cenário atual, o Leão do Pici ocupa a 18ª colocação, com 15 pontos somados e apenas três vitórias. Inevitavelmente, a calculadora passa a ser um acessório indispensável no Pici para as contas contra o rebaixamento.
Na projeção feita pelo Departamento de Matemática da UFMG, o time comandado pelo técnico Renato Paiva tem, no momento, 43,2% de chance de queda para a Série B, mesmo percentual do Vasco da Gama-RJ, que também está no Z-4, com 15 pontos, mas na 17ª posição. Piores que o clube cearense e o carioca estão o Sport-PE, lanterna do torneio, e o Juventude-RS, vice-lanterna, com 94,5% e 78,3%, respectivamente.
Outras equipes, como Santos (32,3%), Vitória (31,7%) e Grêmio (27,1%), que protagonizam campanhas irregulares e estão sob risco de ingressar na zona de rebaixamento, figuram na projeção com grau de risco relevante. É importante ressaltar que a probabilidade estipulada pela UFMG é volátil — ou seja, a cada rodada, dependendo dos resultados, o percentual pode aumentar, diminuir ou manter-se igual.
Um dado menos instável é o risco de rebaixamento baseado na pontuação. Também em levantamento feito pela UFMG, 35 pontos representam 100% de chance de queda, enquanto os 45 pontos — que são o “número mágico” — reduzem o percentual para 1,6%. Entre essas duas margens, existe uma variação considerável, com os 41 pontos ainda representando um alto risco de 44%.
Desta forma, considerando os 45 pontos como objetivo principal para não correr riscos no Brasileirão, o Fortaleza precisa, nos 21 jogos que ainda tem a disputar, somar mais 30 pontos. Isso representa, diretamente, dez vitórias — embora o número possa ser alcançado também com alguns empates. O desempenho necessário neste recorte de duelos restantes representa 47,6% de aproveitamento.
Naturalmente, para alcançar isso, o Leão terá que, de fato, “virar a chave”. Voltar a ser um time forte dentro de casa — trunfo fundamental nas campanhas da equipe em anos anteriores na Série A — é um primeiro passo importante. Na edição de 2025 da elite nacional, o Tricolor tem o segundo pior aproveitamento, com 40%, à frente apenas do Sport, que tem 16%.
Além disso, Renato Paiva tem como missão tornar o Fortaleza um time mais equilibrado e consistente em campo. No setor defensivo, por exemplo, o Leão é o quarto clube mais vazado da Série A, ao lado do RB Bragantino. No ataque, é o quinto pior — posto que divide com o rival Ceará e o Corinthians. Apesar de ter demonstrado alguma evolução com o técnico português, é preciso mostrar mais.
Fonte: Departamento de Matemática da UFMG