O Fortaleza atravessa um dos momentos mais delicados da temporada. No último sábado, 9, diante de sua torcida na Arena Castelão, o time foi goleado por 5 a 0 pelo Botafogo, em duelo válido pela Série A do Campeonato Brasileiro. O resultado ampliou para três o número de jogos consecutivos sem vencer na competição e manteve a equipe na zona de rebaixamento: 18ª colocada, com apenas 15 pontos conquistados.
O revés escancarou novamente a fragilidade defensiva do Leão. Já são 13 partidas seguidas sofrendo gols, uma marca que preocupa não apenas pelo número, mas pela forma como as falhas se repetem.
Contra o Botafogo, apesar da precoce expulsão de Gustavo Mancha, aos cinco minutos, o sistema defensivo se mostrou vulnerável desde o começo, permitindo espaços, errando na cobertura e sofrendo com a intensidade ofensiva do adversário. As dificuldades na recomposição e na marcação individual ficaram evidentes, comprometendo qualquer possibilidade de reação ao longo da partida.
Em meio ao cenário negativo, o Tricolor do Pici não tem tempo para lamentar. Na próxima terça-feira, 12, a equipe entra em campo pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores contra o Vélez Sarsfield, da Argentina.
Trata-se de um confronto decisivo, que exige mudança rápida de postura e concentração total, especialmente na parte defensiva, para evitar que os erros do Brasileirão se repitam no torneio continental. O duelo também representa a chance de o time recuperar moral e confiança, fatores fundamentais para seguir vivo na temporada.
"Olhar para esse jogo de forma atípica. Se este jogo tiver influência, de alguma forma, em termos motivacionais e psicológicos, no próximo jogo do Vélez, já perdemos o próximo jogo. Portanto, finalizar isto, fechar, colocar na gaveta e olhar para uma competição diferente, para o jogo da frente" analisou o técnico Renato Paiva, após o placar elástico sofrido em casa.
A sequência de maus resultados na Série A acende o alerta não apenas pela proximidade da zona da degola, mas também pela pressão psicológica que pode influenciar o desempenho nas competições paralelas.
Com um ataque que oscila e uma defesa em crise, o Fortaleza precisa encontrar soluções imediatas. O desafio do técnico é duplo: ajustar o sistema defensivo, recuperar a confiança do elenco e, ao mesmo tempo, administrar o desgaste físico e mental para manter o foco nos objetivos.
O momento pede resposta rápida dentro de campo. Uma classificação na Libertadores pode servir como combustível para a recuperação no Brasileirão, mas, para isso, será necessário superar a instabilidade defensiva que tem sido o ponto fraco da equipe ao longo da temporada.