A queda na Copa Libertadores em solo argentino foi a quarta frustração do Fortaleza em mata-mata nesta temporada. Vice-campeão cearense, eliminado na terceira fase da Copa do Brasil e despachado nas quartas de final da Copa do Nordeste, o Leão do Pici amargou novo revés em 2025 e agora terá foco exclusivo no Campeonato Brasileiro, onde tenta evitar o rebaixamento.
O Tricolor vive um mau ano, o que é evidenciado pelos números, já que são mais derrotas do que vitórias: 20 reveses, 13 triunfos e 13 empates em 46 partidas, entre cinco competições diferentes. É um número de resultados negativos superior a todo 2022, por exemplo, em que esteve quase o primeiro turno completo na lanterna da Série A. Também supera 2024 e se aproxima de 2023 (22 derrotas).
Apesar de ter repetido o feito histórico de chegar às oitavas de final da Libertadores, a campanha foi ruim: três derrotas, três empates e apenas duas vitórias — uma delas por decisão da Conmebol, devido à invasão de campo da torcida do Colo-Colo-CHI — em oito confrontos. O Leão balançou as redes em apenas duas partidas.
Além dos tropeços nos jogos eliminatórios, o Fortaleza está na penúltima colocação da Série A. Com mais 19 duelos pela frente — há um embate atrasado do primeiro turno, contra o Atlético-MG —, o time do Pici precisaria de mais nove ou dez vitórias para escapar da degola, o que representa um risco alto no momento: de acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Leão tem 70,9% de chances de cair para a Série B.
Os cálculos, portanto, ilustram a necessidade de uma grande evolução no aproveitamento na principal competição da temporada. Sob pressão da torcida, o clube já mexeu no departamento de futebol, trocou de técnico e fez mudanças no elenco — mais chegadas e saídas devem acontecer —, mas ainda não deslanchou, nem em resultados, nem em desempenho.
O cenário turbulento já coloca em xeque o trabalho recém-iniciado de Renato Paiva. O técnico português, há pouco mais de um mês no Pici, sofreu a quarta derrota em oito jogos à frente do Tricolor, nessa última terça-feira, 19, em Buenos Aires, diante do Vélez Sarsfield-ARG, por 2 a 0.
O comandante obteve apenas uma vitória e tem somente 25% de aproveitamento, mas não vê "fim de ciclo", apesar de reconhecer o peso dos resultados no futebol. Os números se assemelham aos de Marcelo Chamusca (25,9% de aproveitamento) e Zé Ricardo (23,8%), que tiveram breves passagens pelo Leão, entre 2019 e 2020.
"Tudo é possível no futebol. Então, não sei. No fim do ciclo, o treinador nunca vai dizer se é o fim ou não. Tem que ser quem manda. Por isso, deixo para a direção. Eu me sinto com forças, porque cheguei e tenho um mês de trabalho. Estou com forças para reverter, estamos contratando também jogadores", afirmou Paiva.
"Sobre a continuidade, estou com forças, acho que estou no início do meu trabalho. Um mês não é quase nada, mas o futebol vive de resultados", completou.
O próximo desafio em busca de uma reação será contra o Mirassol-SP, no sábado, 24, às 18h30min, na Arena Castelão. Ainda em agosto, no último dia do mês, o Fortaleza visita o Internacional-RS, às 20h30min, no Beira-Rio, em Porto Alegre (RS).