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Com semana livre, Paiva terá de encontrar soluções para os vários problemas do Fortaleza
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Com semana livre, Paiva terá de encontrar soluções para os vários problemas do Fortaleza

O Leão volta a campo apenas no próximo domingo, 31, para encarar o Internacional, no Beira Rio, em Porto Alegre, pela Série A
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Renato Paiva tem aproveitamento baixo à frente do Tricolor (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Renato Paiva tem aproveitamento baixo à frente do Tricolor

Prestes a completar a marca de dez jogos pelo Fortaleza, o técnico Renato Paiva ainda não conseguiu encontrar soluções para os vários problemas do time na atual temporada. Com a semana livre de preparação, o português terá de priorizar alguns ajustes fundamentais, e isso inclui pilares básicos: estabelecer os 11 titulares, organizar o sistema defensivo e criar mecanismos para potencializar o ataque.

Nas nove partidas que esteve à beira do campo, Paiva não repetiu a escalação nenhuma vez, seja por decisão ou por fatores paralelos, como lesões e suspensões. Consequentemente, o Leão não consegue ter um padrão tático bem definido, assim como um bom entrosamento. Ao afastar jogadores sob a justificativa de diminuir o tamanho do plantel, espera-se que o técnico estabeleça uma base, de fato, titular.

É verdade que o momento individual da maioria dos atletas tricolores é péssimo, contexto válido também para aqueles que chegaram recentemente — que vieram para tentar mudar este cenário, algo que até agora não conseguiram. Mas é exatamente para isso que Paiva foi contratado: encontrar alternativas, identificar as características dos jogadores do elenco e criar um sistema de jogo que as potencialize.

O Fortaleza não precisa dar espetáculo nos jogos ou qualquer coisa do tipo. O escrete vermelho-azul-e-branco tem, mesmo, que voltar a ser competitivo. Por isso é tão importante organizar o sistema defensivo. Não sofrer gols em partidas já representa, no mínimo, um ponto ganho. Apesar do contexto difícil, a tabela ainda está acessível e permite que o clube siga sonhando com a permanência na elite nacional.

Afinal, os concorrentes do Leão na luta contra o rebaixamento seguem presos próximos à zona, sem conseguir se distanciar em pontuação. Não à toa, mesmo com apenas uma vitória nos últimos 12 jogos da competição — período que inclui também nove derrotas e dois empates —, o Fortaleza está a apenas quatro pontos do Vasco da Gama-RJ, que é o 16º, sendo o primeiro fora do Z-4.

Não será, entretanto, sofrendo gols em todos os jogos, que Paiva conseguirá esse êxito. Considerando as 17 partidas recentes do Tricolor, que incluem também a participação de Juan Pablo Vojvoda, ex-treinador do clube, o Fortaleza tomou 33 gols, uma média de praticamente dois por duelo. No Brasileirão, a equipe tem a segunda pior defesa. As corriqueiras falhas do setor e os vários gols inexplicáveis vão, naturalmente, transformando o clima das partidas em algo ainda mais dramático e tenso.

No ataque, existe uma nítida falta de confiança. Adam Bareiro, embora tenha custado um valor relevante, de quase R$ 10 milhões, não parece ser solução. Lucero, mesmo em má fase, já mostrou em 2023 e em 2024, quando foi artilheiro do time e ultrapassou a marca de 20 gols, que tem potencial para ser protagonista. Paiva precisa fornecer ao centroavante escolhido situações realmente claras na grande área.

E, para isso, é preciso que haja coordenação. O trabalho dos laterais e pontas pela linha de fundo precisa funcionar. O meio-campista, assim como os volantes, devem dar sustentação. Paiva não conseguirá tudo isso em uma semana, mas é importante que alguns passos sejam dados antes que o barco afunde de vez.

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