Bruno Henrique, atacante do Flamengo, foi condenado pela 1ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que o julgava por manipulação em jogo contra o Santos em 2023, ao receber um cartão amarelo. A pena, que poderia chegar a suspensão por dois anos e multa de até R$ 200 mil, foi fixada em 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil.
Isso porque, embora todos os votos tenham condenado Bruno Henrique, os auditores fizeram ressalvas, não acolhendo partes da denúncia.
O atleta, que está no período de folga da Data Fifa, não compareceu ao tribunal e acompanhou a sessão de maneira remota. O jogador valeu-se do direito de ficar em silêncio e não responder a questionamentos.
Bruno Henrique poderá recorrer ao Pleno do STJD, última instância do Tribunal, mediante pedido de efeito suspensivo. Caso ele consiga uma vitória neste âmbito, a Procuradoria pode igualmente apelar. O caso ainda pode ser levado à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça.
A Procuradoria apresentou um vídeo de um apostador afirmando que sabia que Bruno Henrique receberia cartão amarelo. Daniel Cola, delegado da Polícia Federal e responsável pela Operação Jogo Limpo, em 2024, e atual responsável pela Operação Spot-fixing, foi interrogado, assim como Pedro Lacaz, representante da casa de aposta KTO.
A pedido da Procuradoria, o lance em que Bruno Henrique levou o amarelo, supostamente de maneira proposital, foi mostrado aos membros da Comissão. O procurador Caio Porto Ferreira abriu as sustentações e pediu a condenação de Bruno Henrique e os demais acusados. Foi enfatizado o comportamento do jogador na partida, reiterando que houve ferimento da ética desportiva por forçar o cartão, mesmo que não houvesse as apostas.
O advogado do Flamengo leu uma declaração enviada pelo clube afirmando que não houve prejuízo esportivo para o time carioca, destacando que o terceiro cartão estava planejado pela comissão técnica por causa do calendário, para que ele fosse poupado na partida seguinte.
Calado na maior parte da sessão, Bruno Henrique se manifestou após quase quatro horas de julgamento. "Gostaria de reafirmar a minha inocência e dizer que confio na justiça desportiva. Jamais cometi as infrações que estou sendo acusado. Faço questão de mostrar o meu respeito e a minha confiança nesse Tribunal." (Agência Estado)