Logo O POVO+
O Brasil de Ancelotti começa a ganhar forma e eleva expectativa para a Copa do Mundo
Esportes

O Brasil de Ancelotti começa a ganhar forma e eleva expectativa para a Copa do Mundo

Diante do Chile, em Maracanã com mais de 50 mil pessoas, o time fez sua melhor exibição sob comando do técnico italiano
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
O técnico italiano do Brasil, Carlo Ancelotti (Foto: Mauro Pimentel / AFP)
Foto: Mauro Pimentel / AFP O técnico italiano do Brasil, Carlo Ancelotti

Carlo Ancelotti completou sua primeira trinca de jogos pela seleção brasileira com um Brasil fazendo exibição em alto nível contra o Chile, partida marcada por uma atuação imponente e segura da Canarinho. O recorte do italiano no país ainda é curto, mas algumas mudanças vão sendo, aos poucos, percebidas. A “mística” de jogar bonito que carrega a tão pesada camisa amarela talvez volte a ser uma realidade — e não só um frustrante anseio.

Após estrear com um empate sem gols diante do Equador, fora de casa, e vencer o Paraguai por 1 a 0 no jogo seguinte, em partida sem tantas emoções, o Brasil de Ancelotti conseguiu mostrar suas valências perante o Chile, que vive uma enorme crise e é o lanterna das Eliminatórias. Até por isso, não dá para ter “La Roja” como um grande parâmetro, mas a exibição vai além do nível do adversário.

Ao não convocar alguns nomes consolidados, como Vini Jr., Rodrygo e Neymar, Ancelotti cria, para si mesmo, uma oportunidade de testar algo de novo. Na escalação inicial, utilizou quatro atacantes, todos com muita mobilidade e intensidade: Raphinha centralizado no meio, mas com liberdade para flutuar no último terço; Estêvão e Martinelli nas pontas; João Pedro como referência na área.

A dinâmica funcionou bem e resgatou características que fazem parte da construção da história da seleção brasileira, de ser um time ofensivo e criativo. Não só pelo desempenho em campo do quarteto, mas ocorreu outro fator importante, que foi a equação do protagonismo. Desta vez, ela não se concentrou somente em um ou outro jogador. Este ponto, sem dúvidas, será um desafio quando os não convocados retornarem.

No segundo tempo, quando o ímpeto da Canarinho caiu, os jogadores do banco entraram e corresponderam. O principal nome foi o atacante Luiz Henrique, que participou diretamente dos dois gols que selaram o triunfo do Brasil por 3 a 0. Vale destacar, também, a ótima atuação do lateral Douglas Santos — mostrando que os brasileiros em ligas menos midiáticas, como a da Rússia, não estão esquecidos.

No futebol moderno, só essa magia ofensiva não é suficiente, e Ancelotti sabe disso. A parte defensiva é algo que o italiano preza e a Canarinho tem se portado bem nesse quesito. Afinal, ainda não sofreu nenhum gol com o técnico europeu. É perceptível que existe muita qualidade e boas opções de atletas para Ancelotti brigar por título na próxima Copa do Mundo.

Dos olhares de fora, o início do italiano na Amarelinha é visto como positivo. O jornal “Marca”, da Espanha, afirmou que Ancelotti “devolveu o sorriso” ao Brasil e destacou a utilização de quatro atacantes. O “Olé”, da Argentina, escreveu que a vitória sobre o Chile foi uma das melhores atuações da Canarinho nos últimos anos, com a frase “desata a esperança” como título.

“Jogamos um futebol com intensidade, com bom ritmo e boa defesa, com boa pressão. Acho que o torcedor está, como nós, muito contente pelo jogo do time. Estou muito satisfeito com o jogo de hoje. Uma lista com 26 nomes é muito difícil”, avaliou Ancelotti em coletiva após o jogo no Maracanã, que contou com mais de 50 mil pessoas.

O que você achou desse conteúdo?