A era de Martín Palermo começou oficialmente no Fortaleza. Ontem, o treinador argentino comandou o seu primeiro treino com o elenco tricolor e já tomou importantes decisões: reintegrar parte dos jogadores que haviam sido afastados por Renato Paiva no dia 21 de agosto. Os escolhidos foram o atacante Deyverson, os meias Zé Welison e Martínez, e o goleiro Magrão.
O quarteto retomou a rotina normal já durante o dia de ontem, quando também tiveram o primeiro contato com o novo técnico do Leão. Eles vinham realizando atividades de forma separada do elenco há duas semanas, quando foram comunicados por Paiva de que não faziam mais parte dos planos para a temporada por questões táticas, técnicas e pelo alto número de jogadores.
A decisão tem total influência de Palermo, que desembarcou na capital cearense na última sexta-feira, 5, e quer utilizar os dias livres antes de sua estreia contra o Vitória para conhecer o elenco. Apesar disso, o volante Rodrigo, que figurou na lista de afastamento de Renato Paiva, não teve a situação revertida – o que indica que o atleta também não terá espaço com o atual comandante do Leão.
No Centro de Excelência Alcides Santos, Palermo terá muitos desafios nos ajustes da equipe. Diante do Vitória, o técnico já viverá um clima de final de campeonato, já que se trata de um confronto direto na tabela de classificação da Série A. O Tricolor, vice-lanterna com 15 pontos, tem sete a menos que o Rubro-Negro, que é o 17º.
A principal missão, sem dúvidas, é equilibrar o Fortaleza – algo que Renato Paiva não conseguiu durante seu período no Pici. No Brasileirão, o escrete vermelho-azul-e-branco tem a segunda pior defesa, com 34 gols sofridos – à frente apenas do Juventude nesse quesito –, e o quinto ataque menos eficiente, com 20 tentos marcados.
Serão pelo menos seis dias livres para Palermo observar e implementar seu modelo de jogo, que tem como princípio fundamental a organização defensiva, algo que conseguiu demonstrar com maior ênfase em seus dois trabalhos mais recentes, no Platense-ARG e no Olimpia-PAR. Mas, além da parte tática, espera-se que o argentino dê uma “injeção de ânimo” nos atletas, que por muitas vezes neste ano demonstraram apatia.
Todas essas expectativas surgiram quando Renato Paiva chegou e, apesar do time ter mostrado certa evolução em algumas partidas, faltou o principal: resultados. Não há mais nada que importe para o Fortaleza no atual momento que não sejam as vitórias. É com elas que uma série de movimentos positivos é desencadeada: a equipe ganha confiança e a sinergia com a torcida é fortalecida.