Logo O POVO+
Clássico-Rei de futsal dura seis minutos até ser cancelado por briga de torcidas
Esportes

Clássico-Rei de futsal dura seis minutos até ser cancelado por briga de torcidas

A partida tinha como elemento simbólico o retorno de ambas as torcidas em um Clássico, mas a celebração foi interrompida por cenas de violência
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Quadra do Ginásio Paulo Sarasate após confusão entre torcidas organizadas de Ceará e Fortaleza durante o Clássico-Rei de futsal desta sexta-feira, 12 (Foto: João Bosco Neto - Especial para O POVO)
Foto: João Bosco Neto - Especial para O POVO Quadra do Ginásio Paulo Sarasate após confusão entre torcidas organizadas de Ceará e Fortaleza durante o Clássico-Rei de futsal desta sexta-feira, 12

O Clássico-Rei válido pela sétima rodada Campeonato Cearense de Futsal durou somente seis minutos de bola rolando. A razão foi velha conhecida: brigas entre as torcidas de Ceará e Fortaleza nas arquibancadas e até em ruas da Capital. O confronto — e a violência — ocorreu na noite desta sexta-feira, 12, no ginásio Paulo Sarasate, na Capital.

A partida tinha como elemento simbólico justamente o retorno de ambas as torcidas a um clássico da modalidade. Mas o que era para ser celebração foi interrompido por cenas de violência. 

A maior torcida organizada do Ceará foi autorizada a entrar primeiro nas arquibancadas da praça esportiva, enquanto, do lado tricolor, somente torcedores comuns estavam nas cadeiras do ginásio. Apenas por volta de dois minutos de jogo o grupo de adeptos do Fortaleza foi autorizado a entrar no ginásio.

Quase simultaneamente à entrada da torcida organizada, o Leão abriu o placar com o ala Valdin, anotando aquele que seria o único gol da breve partida. Cerca de três minutos depois, houve uma invasão por parte da torcida do Ceará, separada da rival por poucos policiais, e uma confusão foi desencadeada.

A Polícia Militar interveio com uso de bombas de efeito moral e gás de pimenta e conseguiu dispersar a confusão após algum tempo. O ginásio ficou de portas fechadas durante a ação do policiamento e a organização do evento conduziu jogadores, mulheres e crianças para os vestiários do Paulo Sarasate.

Alguns torcedores ficaram feridos e precisaram de atendimento médico no local, enquanto parte dos jogadores foram afetados pelo gás de pimenta e desceram aos vestiários com as camisas no rosto.

O pouco número de policiais que estavam no evento foi criticado por vários dos presentes no local, afirmando que somente três agentes estavam na divisa entre as torcidas. Além disso, funcionários da operação do evento relataram princípios de confusão antes da entrada as arquibancadas e afirmaram que outras duas grandes torcidas de ambas as equipes ainda nem sequer haviam adentrado o espaço.

O clima hostil entre alvinegros e tricolores já havia acontecido em ruas no entorno do Paulo Sarasate, com outros embates registrados em vídeo que flagraram torcedores do Ceará depredando um carro onde, segundo testemunhas, se encontravam torcedores do Fortaleza.

Procurada pelo Esportes O POVO nos dias que antecediam o clássico, a Polícia Militar do Estado (PM-CE) não deu detalhes sobre a operação de segurança para a partida. A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) confirmou que não haveria bloqueios viários.

Após o cancelamento da partida, o Ceará emitiu uma nota em seus canais oficiais lamentando o ocorrido e afirmando que "em todo o planejamento da operação da partida, os clubes, a polícia e todos os órgãos competentes adotaram as medidas cabíveis para que o jogo ocorresse de forma pacífica, garantindo que as forças de segurança pública do Estado estivessem cientes das especificidades do duelo".

Procurado, o Fortaleza disse que ia aguardar o resultado das investigações policiais sobre o ocorrido para se manifestar sobre o caso. 

O Esportes O POVO contatou ainda a PM-CE para detalhes sobre a confusão, mas ainda não obteve resposta até o fechamento da edição. (Com Iara Costa e Mateus Moura)

 

 

O que você achou desse conteúdo?