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Análise tática: como joga o São Paulo, próximo adversário do Ceará na Série A
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Análise tática: como joga o São Paulo, próximo adversário do Ceará na Série A

O Alvinegro de Porangabuçu vai enfrentar um adversário que, apesar dos resultados negativos recentes, mostrou boa evolução tática desde a chegada do técnico Hernán Crespo em junho
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Léo Condé vai tentar triunfo fora de casa com o Alvinegro (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Léo Condé vai tentar triunfo fora de casa com o Alvinegro

Em busca de voltar a vencer na Série A, o Ceará visita o São Paulo amanhã, às 20 horas, no Morumbis, em jogo da 25ª rodada da competição nacional. O Alvinegro vai enfrentar um adversário que, apesar dos resultados negativos recentes, mostrou evolução tática desde a chegada do técnico Hernán Crespo, em junho.

Antes acostumado a verticalizar a maioria das jogadas, sob o comando de Zubeldía, o Tricolor mudou o estilo com a volta de Crespo e se tornou uma equipe mais cadenciada, que não vê "problema" em trocar o máximo de passes possíveis para infiltrar na área adversária.

 

Essa filosofia de valorizar o passe, inclusive, já fica evidente na primeira fase de construção: a saída de bola. Com um esquema de três zagueiros, o time ganha superioridade numérica, aumentando as opções, e conta com defensores que têm bom passe, especialmente Alan Franco e Ferraresi.

A partir da saída de bola, a equipe paulista geralmente tem três opções para avançar: investir em jogadas com os alas, acionar Marcos Antônio ou utilizar da dinâmica do terceiro homem. A primeira acontece com certa frequência, mas a prioridade costuma ser a segunda, que explora as qualidades do volante.

Desde a chegada de Crespo, Marcos ganhou o status de "ditar o ritmo" e é influente na construção de jogadas, seja pela movimentação ou pela troca de passes que proporciona com os companheiros, neste caso, Bobadilla e Alisson. Com um modelo de jogo associativo, o São Paulo raras vezes explora lançamentos longos e prioriza jogadas curtas, fator que potencializa o camisa 20.

A dinâmica do terceiro homem também é uma das forças do time do Morumbis. Para progredir, o primeiro homem, geralmente o zagueiro, busca um passe mais distante sem tantos riscos para outro companheiro, geralmente marcado e que exerce o papel de pivô.

A partir disso, passa a bola para o terceiro homem, que chega para a jogada de frente e com campo a percorrer, tornando a jogada mais limpa, seja para finalização ou para lançar um companheiro.

Na fase defensiva, o São Paulo utiliza, primordialmente, uma linha de cinco, que é fechada após os alas recuarem e se juntarem à trinca de zagueiros. No meio-campo, a variação é maior: em alguns jogos, apenas os meio-campistas descem e formam uma segunda linha de três, mas há casos de descida do segundo atacante para formar uma linha com quatro atletas, deixando apenas o centroavante mais avançado.

O time de Crespo também exerce marcação dupla em muitas jogadas. No caso, um jogador cerca na frente, e outro, ao lado ou atrás — este geralmente tenta bote surpresa. Os laterais têm características de saltar a marcação para pressionar, fazendo com que os volantes fiquem na cobertura.

Como pontos fortes, o Tricolor pode levar a melhor em jogadas trabalhadas utilizando a dinâmica do terceiro homem, que muitas vezes confunde adversários. Marcos Antônio, crucial na construção do jogo, necessita de uma marcação especial. 

Por outro lado, o Ceará pode utilizar, principalmente, da velocidade dos seus pontas devido à característica do time paulista de saltar a marcação com os laterais. Caso o movimento não seja coordenado, esses jogadores deixam as costas livres sem cobertura, lacuna que pode ser usufruída pelo Vovô. 

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