Logo O POVO+
Rafael Câmara e Felipe Drugovich lutam para serem os próximos brasileiros na F1
Esportes

Rafael Câmara e Felipe Drugovich lutam para serem os próximos brasileiros na F1

Criação da Fórmula 4 Brasil, em 2022, também ajuda a deixar pilotos em evidência, tendo já experiência em carros idênticos aos modelos europeus
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
O pernambucano Rafael Câmara foi campeão da F3 (Foto: Paul Crock / AFP)
Foto: Paul Crock / AFP O pernambucano Rafael Câmara foi campeão da F3

Dono de oito títulos mundiais, sendo dois com Emerson Fittipaldi (1972 e 1974), e três com Nelson Piquet (1981, 1983 e 1987) e Ayrton Senna (1988, 1990 e 1991), o Brasil ficou anos sem protagonistas na Fórmula 1. O cenário atual, porém, inspira otimismo. E não somente pelo talento de Gabriel Bortoleto, atualmente na Kick Sauber e acumulando resultados que vão além da qualidade (duvidosa) do carro.

No dia 3 de agosto de 2025, o pernambucano Rafael Câmara — integrante da Ferrari Driver Academy, "programas de desenvolvimento para jovens pilotos da Ferrari", desde 2021 — conquistou antecipadamente o título da Fórmula 3. Além da taça, estabeleceu o recorde de maior número de pole positions em uma temporada da categoria, com cinco.

“O Rafael é um bom prospecto, um talento muito promissor. E ele é, inegavelmente, o primeiro brasileiro da fila para a F1, pensando nesses que estão em categorias satélites”, avaliou o comentarista Pedro Henrique Marum.

Outro nome que surge como potencial candidato à Fórmula 1 é Felipe Drugovich. Campeão da Fórmula 2 em 2022, o paranaense assumiu, em 2023, o posto de piloto reserva e de testes da Aston Martin. Apesar de bastante elogiado no paddock, sua experiência na categoria se limitou a algumas sessões de treinos livres e atividades de pré-temporada, sem nunca ter disputado uma corrida oficial.

Além dos dois citados, que já vislumbram a F1 com um olhar menos distante. Outro ponto que fortalece essa nova geração é a Fórmula 4 Brasil, criada em 2022 pela Vicar. Ela permite que pilotos se desenvolvam em território nacional com carros e regulamento idênticos aos da versão europeia, reduzindo custos e acelerando o processo de formação.

“A Fórmula 4 Brasil faz com que os pilotos daqui cheguem mais bem preparados na Europa. O jovem, muitas vezes menor de idade, não precisa se mudar para fora — como o Bortoleto fez. Ele continua morando no Brasil, estudando, vivendo normalmente, enquanto se prepara. Então está bem mais acessível do que foi o caminho do Bortoleto”, explicou Lutianne Dantas, presidente da Federação Cearense de Automobilismo (FCA).

Criada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) em 2014, na Itália, a categoria já foi adotada por diversos países como a ponte natural entre o kart e os chamados "monopostos", veículos de corrida. No Brasil, rapidamente se consolidou como etapa fundamental de formação. Para Heitor Dall'Angnol, atual líder da F4 Brasil, a experiência tem sido desafiadora, mas essencial.

“Acho que seria muito mais difícil chegar à F1 sem a Fórmula 4 brasileira nesse momento, porque a gente já teria que começar investindo numa F4 lá fora, o que seria mais caro e complicado. Então, acho que a Fórmula 4, hoje, é fundamental para esse caminho até a Fórmula 1”, afirmou o piloto de 16 anos.

 

O que você achou desse conteúdo?