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Estabilidade de um lado e drama do outro: as campanhas de Ceará e Fortaleza no returno
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Estabilidade de um lado e drama do outro: as campanhas de Ceará e Fortaleza no returno

O Vovô segue em ritmo bem semelhante ao que apresentou nas primeiras 19 rodadas, enquanto o Leão até melhorou, mas segue distante de ritmo suficiente para escapar do rebaixamento
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Embora Ceará e Fortaleza tenham, em algum momento, dado indícios de que poderiam alcançar algo a mais no Brasileirão — cada um, claro, dentro da sua realidade no campeonato —, a campanha que ambos protagonizam no returno caminha para ser bastante semelhante à que apresentaram nas primeiras 19 rodadas.

Considerando o atual contexto do returno, após 10 partidas, o Ceará se encontra no mesmo cenário em que encerrou o primeiro turno: com a 12ª melhor campanha. Neste recorte de confrontos, o Vovô venceu três vezes e perdeu outras três, além de quatro empates. Foram nove gols marcados e oito sofridos, com um aproveitamento de 43%.

A situação poderia ser bem mais confortável para o Alvinegro, que é o 13º colocado na tabela de classificação, com um ponto a menos que o RB Bragantino, primeiro time do G-10, e quatro a mais que o Vitória, que abre a zona de rebaixamento. Se não fosse a péssima campanha como mandante, os comandados de Léo Condé poderiam nem estar se preocupando mais com o Z-4, e sim olhando para algo maior.

Considerando todo o torneio até agora, o Ceará é o quinto pior time jogando em seus domínios, com 50% de aproveitamento, à frente apenas de Juventude, Santos, Fortaleza e Sport — em 14 jogos como mandante, foram seis vitórias, cinco derrotas e três empates. No returno, a oscilação do Vovô segue em evidência, com dois triunfos, duas derrotas e um empate.

Apesar de a edição de 2025 da Série A mostrar ao Ceará que é possível, sim, ir além das projeções racionais, o clube tem conseguido se manter estável no torneio e dentro do seu objetivo principal, que é escapar da Série B. Conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana, porém, também precisa ser visto com ambição em Porangabuçu.

O Fortaleza, por sua vez, vive um momento delicado e caótico, sem nenhuma estabilidade. A equipe tricolor até vem mostrando uma melhora em relação ao que apresentou no primeiro turno, quando venceu apenas três de 18 partidas, ficando com a penúltima pior campanha geral. Neste returno, com dez jogos, o Leão igualou o número de triunfos.

O desempenho, entretanto, ainda é muito aquém do que o clube precisa para sonhar em escapar do rebaixamento, algo que, a cada rodada, se torna mais difícil. Na tabela do returno, o Tricolor tem a 16ª “melhor” campanha, com 30% de aproveitamento, empatado com o Juventude. Em dez duelos, além das três vitórias citadas — que ocorreram contra times do Z-4 —, o Fortaleza amargou sete derrotas.

E, assim como o rival Ceará, o fator casa, que deveria ser um trunfo, tem tido efeito contrário. Na competição, o Leão só não apresenta pior campanha como mandante do que o Sport, lanterna e já virtualmente rebaixado. Nas duas partidas mais recentes no Castelão, em que o clube chegou com a possibilidade de embalar uma reação efetiva para sair do Z-4, o Tricolor acabou derrotado por São Paulo e Vasco — ambos jogando com um a menos quase toda a disputa.

Fora de casa, o desempenho é pior ainda: somente uma vitória em 13 confrontos. Tudo isso se reflete na situação do time na tabela, onde ocupa a vice-lanterna, com sete pontos a menos que Vitória (17º) e Santos (16º). Só uma arrancada histórica, nos dez jogos restantes, pode salvar o Fortaleza da Segundona de 2026.

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