Em jogo tenso, o Flamengo sofreu, mas arrancou a vitória contra o Racing no final do segundo tempo, no Maracanã, no Rio de Janeiro, em duelo que marcou o primeiro jogo entre as equipes pela semifinal da Copa Libertadores. O embate da volta acontecerá na próxima quarta-feira, dia 29, no estádio El Cilindro, em Avellaneda, na Argentina. Antes, o Rubro-Negro visita o Fortaleza pela Série A do Campeonato Brasileiro, no sábado, dia 25.
Maracanã lotado, pressão vinda da arquibancada e um Flamengo que tem um dos elencos mais poderosos da América do Sul. Nada disso pareceu assustar o Racing — carrasco de times brasileiros nas últimas temporadas. O clube argentino, como já se esperava, entrou em campo com um objetivo claro: defender-se. E se defendeu muito bem.
E, por ser semifinal da Libertadores, ainda mais envolvendo uma rivalidade histórica entre Brasil e Argentina, o confronto foi intenso e brigado. O Flamengo, naturalmente favorito, teve dificuldades diante do bom sistema de marcação organizado pelo técnico Gustavo Costas, que conseguiu anular as principais forças da equipe carioca.
Arrascaeta, por exemplo, não teve muitos espaços para jogar. O mesmo valeu para Jorginho, que é outra peça fundamental na armação rubro-negra. Sem espaço pelo centro, as tentativas do Flamengo passaram a se concentrar pelas laterais, sobretudo com Carrascal, o principal destaque no primeiro tempo. Foi com ele que as melhores jogadas do time carioca surgiram.
Mas não foram muitas. Pedro tentou algumas vezes — em uma delas, já nos acréscimos, o centroavante fez um malabarismo para finalizar a bola e quase marcou um bonito gol. O Racing, embora priorizasse totalmente a defesa, arriscou alguns avanços. De pé em pé, não conseguiu muita coisa. Já em bola parada, só não balançou as redes porque Rossi fez ótima defesa para evitar o gol de Solari.
Na volta do intervalo, o Flamengo continuou mostrando dificuldade para destravar o jogo — o que aconteceria se o Rubro-Negro abrisse o placar. O Racing, confortável com o ritmo travado da partida, não sofreu nenhum grande susto por quase 30 minutos da etapa final, com exceção de uma boa defesa de Cambesas em finalização de Arrascaeta, aos 13 minutos. Filipe Luís, na beira do campo, movimentou o time com mexidas.
Samuel Lino, Bruno Henrique e Plata entraram com o intuito de melhorar o poder ofensivo. E foi por meio das mudanças que o Flamengo conseguiu mudar um roteiro que caminhava para um desfecho frustrante. Foi sofrido e com drama, mas também com muita garra de um time que não deixou de lutar. Sob os gritos incessantes de “Mengo, Mengo, Mengo”, veio o alívio.
O primeiro grito de gol veio aos 35 minutos, mas foi calado minutos depois, quando o VAR confirmou impedimento de Samuel Lino. O atacante tinha balançado as redes em bela cabeçada de cobertura no goleiro Cambeses, completando ótimo cruzamento de Pulgar. Mas estava em posição milimetricamente irregular.
Mas Carrascal faria a felicidade da torcida. Fazendo jus ao título de craque da partida, o colombiano pegou rebote após Bruno Henrique perder um gol cara a cara, defendido por Cambesas, chutou em direção à baliza. A bola ainda bateu em Rojo e entrou lentamente, para a euforia dos rubro-negros.
Vitória importante, que dá ao time carioca a vantagem de poder empatar no El Cilindro, palco sempre hostil e difícil para os brasileiros.
Flamengo
4-3-3: Rossi; Varela (Emerson Royal), Danilo, Léo Pereira, Alex Sandro (Ayrton Lucas); Erick Pulgar, Jorginho e Arrascaeta (Samuel Lino); Luiz Araújo (Plata), Carrascal e Pedro (Bruno Henrique). Técnico: Filipe Luís.
Racing
4-3-3: Cambeses; Martirena, Colombo, Rojo e Rojas (Mura); Sosa, Zuculini e Almendra; Solari (Zaracho), Conechny e Maravilla Martínez (Balboa). Téc: Gustavo Costas
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Jesús Valenzuela - VEN
Assistentes: Jorge Urrego - VEN e Tulio Moreno - VEN
Gols: Carrascal (43’ 2T)
Cartões amarelos: Ayrton Lucas (Flamengo); Sosa e Zuculini (Racing)
Público total: 71.738 presentes