Em solo cearense desde o dia 5 de setembro, Martín Palermo tem uma missão clara no Fortaleza: livrar o Leão do rebaixamento. O treinador argentino assumiu o comando em um cenário extremamente delicado, com o Tricolor do Pici afundado na luta contra a queda após sete temporadas consecutivas na elite do futebol brasileiro.
Em pouco mais de um mês e meio, ele conseguiu dar nova energia ao grupo e resgatou a competitividade, mas o aproveitamento ainda não é suficiente para garantir a permanência na primeira divisão.
Sob o comando do argentino, a equipe disputou oito partidas, somando quatro vitórias e quatro derrotas, ou seja, um aproveitamento de 50%. Neste recorte, foram sete gols marcados e dez sofridos. O desempenho reflete uma equipe que, apesar de limitada tecnicamente, tem compensado na entrega.
As vitórias sobre Vitória-BA, Sport-PE e Juventude-RS, por exemplo, foram fundamentais, pois aconteceram diante de adversários diretos na luta contra a queda. Já o triunfo de sábado, 25, contra o vice-líder Flamengo, aconteceu na base da superação, da raça e da aplicação tática diante de um dos elencos mais poderosos do País.
“Foi uma evolução de grupo contra o ataque mais forte do Brasil. Graças a Brenno, nas situações que pôde evitar, e também a Mancuso, Brítez, Ávila, Pacheco... todos lutaram por cada bola. Cada um teve seu esforço nessa vitória”, declarou o técnico após o jogo no Castelão.
O treinador, inclusive, fez questão de dividir os méritos com o elenco e exaltou a entrega dos atletas: “Não fiz muito. Foram os jogadores que fizeram. Eles treinam todos os dias e fizeram um esforço tremendo. Eu elogio contra um rival como o Flamengo. Tenho que ressaltar o desgaste físico, a dedicação e a solidariedade. Para mim, é um orgulho. Esperamos que seja um ganho anímico e queremos seguir crescendo. Eu sou o primeiro que quer tirar o grupo dessa situação.”
Apesar do resultado expressivo contra os cariocas, o caminho de Palermo à frente do Leão tem sido irregular. O time sofreu derrotas pesadas para o Palmeiras, por 4 a 0, e também para São Paulo e Vasco, ambas dentro da Arena Castelão. Contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte (MG), o Fortaleza mostrou evolução, principalmente no segundo tempo, mas acabou sendo superado em um jogo equilibrado contra o terceiro colocado da tabela.
Pressionado, Palermo terá pela frente uma reta final decisiva: nove compromissos para tentar salvar o clube da queda. Até o dia 7 de dezembro, data que a Série A será findada, o Leão do Pici ainda enfrentará Santos-SP, Ceará, Grêmio-RS, Bahia, Atlético-MG (duas vezes, por conta do jogo adiado do primeiro turno), Red Bull Bragantino-SP, Corinthians-SP e Botafogo-RJ. O objetivo é conquistar seis vitórias, para chegar a pouco mais de 2% de risco de rebaixamento, segundo projeção do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).