Antes eficaz nos jogos, o Ceará agora sofre com a falta de pontaria quando está em frente ao gol. O problema ofensivo, que parecia pontual, se tornou um dos principais entraves do time na reta final da Série A.
Mesmo criando boas oportunidades, o Alvinegro de Porangabuçu não tem conseguido transformar o volume em gols, detalhe que vem custando pontos importantes e deixando a equipe mais próxima da zona de rebaixamento. A situação ficou evidente nos três jogos mais recentes, nos quais o Vovô balançou as redes apenas uma vez.
No recorte citado, de acordo com o SofaScore, a equipe comandada por Léo Condé finalizou 17 vezes contra o Atlético-MG, 21 diante do Botafogo e 15 contra o Sport.
Ante o Galo, o Alvinegro produziu chances claras, mas esbarrou na má pontaria. Pedro Raul desperdiçou grande oportunidade ainda no primeiro tempo, ao receber passe açucarado de Vina e chutar em cima do goleiro Éverson. Pouco depois, o próprio Vina isolou uma bola dentro da área em jogada bem trabalhada pela esquerda.
No segundo tempo, mesmo roteiro: o Ceará seguiu organizado, manteve o controle das ações, criou situações de gol, mas falhou na conclusão. Pedro Raul perdeu outra chance cara a cara e Vina, novamente, chutou fraco nas mãos do goleiro quando estava livre na marca do pênalti.
"Foi um jogo que o Ceará soube controlar depois de sofrer o gol, mas não teve a capacidade de balançar as redes. Acho que o torcedor acaba se lamentando pelas oportunidades criadas. Se um desses gols tivesse saído, o Ceará teria conquistado pelo menos um ponto e o panorama seria um pouquinho melhor", analisou o comentarista Afonso Ribeiro no programa "Esportes do POVO", da Rádio O POVO CBN.
O cenário apresentado no recorte deixa claro que o problema não é de criação, mas de execução. A queda de eficiência, por sinal, faz o ataque do Ceará superar apenas os de Juventude e Sport, que ocupam as duas últimas posições na tabela do Brasileirão.
Ao todo, o time alvinegro marcou apenas 27 gols, mesmo número de Vitória, Fortaleza e Atlético-MG, mas abaixo da média esperada para uma equipe que pretende se manter confortável na parte intermediária da classificação.
Um dos líderes do elenco, o meia-atacante Vina reconheceu a necessidade de mudança em entrevista coletiva concedida ontem, no CT de Porangabuçu. Para o camisa 29, o Vovô precisa "fazer algo diferente" para voltar a marcar.
"A gente sabe que é um campeonato muito difícil, principalmente esse segundo turno, onde praticamente todas as equipes centralizam mais suas forças somente no Campeonato Brasileiro, mas a gente tem que buscar fazer algo diferente para fazer os gols. (Buscar) Também nas bolas paradas, caprichar um pouquinho mais, principalmente com a nossa linha defensiva, que tem bons cabeceadores. Quando a gente fala de não fazer gol não é só o atacante, é o grupo, todos os jogadores que estão em campo podem ter essa possibilidade de fazer o gol em algum lance", disse.