A luta contra o rebaixamento segue árdua no Pici. No duelo dos desesperados, Fortaleza e Santos somaram apenas um ponto cada no empate em 1 a 1 — resultado que, na prática, pouco alterou a situação de ambas as equipes na tabela da Série A, restando apenas sete rodadas para o fim da competição.
Mesmo assim, o clima no Tricolor é de um otimismo maior do que em semanas anteriores. Após o confronto com o Peixe, o técnico Martín Palermo reforçou um discurso que tem se tornado recorrente no clube: o de que a equipe demonstra sinais concretos de evolução, ainda que matematicamente siga a cinco pontos da zona de segurança.
“É possível ver que o Fortaleza está crescendo e melhorando a cada jogo. Hoje, em uma partida difícil, contra um rival duro e direto na briga para descontar pontos, o time voltou a demonstrar essa evolução. É destacável o que fez a equipe. O setor defensivo esteve forte. No segundo tempo, o jogo ficou mais dentro da proposta do Santos, que buscava o empate, mas também criamos situações. Infelizmente, não conseguimos concluir em gol, mas saímos com uma boa sensação sobre o que a equipe vem mostrando e sobre o que ainda pode fazer”, avaliou o treinador argentino.
Em campo, o Fortaleza foi superior em boa parte da partida. Controlou o meio-campo, pressionou a saída de bola do Santos e criou as chances mais claras, especialmente no primeiro tempo. A equipe mostrou maior organização e intensidade, mas acabou esbarrando na falta de precisão nas finalizações — o que custou a vitória em um jogo que parecia sob controle.
No empate diante do Santos, o Fortaleza mostrou sinais de maior consistência e sustentou a vantagem no placar até os 29 minutos da etapa final, quando o time da Vila Belmiro chegou ao empate. Para os jogadores, o desempenho reforça a evolução.
“Eu não acredito em azar. Acho que uma palavra que tem andado com a gente é o detalhe. Tiveram alguns jogos em que tomamos gol por besteira ou desperdiçamos oportunidades, e hoje tivemos a chance de fazer o 2 a 1. No gol deles, a bola acabou batendo e entrou, mas isso acontece — em outro jogo, bateu e não entrou. Isso é coisa do futebol. Acho que é a questão do detalhe que a gente tem que corrigir”, avaliou o volante Lucas Sasha.
Para além dos ajustes dentro de campo, Palermo acredita que um dos fatores que podem impulsionar o Leão nesta reta final é o reencontro com o torcedor. Segundo o técnico, o momento é de reconhecer o esforço e a entrega do grupo, e de estreitar os laços com quem sempre foi combustível para a equipe.
“Me sinto cada vez mais representado por esses jogadores. Sinto que a segurança e a confiança em reverter este momento estão sendo demonstradas dentro de campo. Quero que o torcedor perceba isso e reconheça o esforço. É importante que ele saiba que os jogadores não se entregaram. Eles precisam acreditar e seguir confiando, porque lutaremos até o fim para que o Fortaleza permaneça na Série A”, afirmou Palermo.
O próximo desafio será justamente uma oportunidade para essa união se fortalecer. O torcedor tricolor poderá empurrar o time no Clássico-Rei, diante do maior rival, o Ceará, nesta quinta-feira, 6, às 20 horas, na Arena Castelão. Em seguida, o Fortaleza recebe o Grêmio no domingo, 9, às 20h30min.
A reta final será decisiva e pesada: o Leão ainda enfrentará Bahia, Atlético-MG, Bragantino, Corinthians e Botafogo. A missão é dura — cinco vitórias em sete jogos —, mas no Pici o discurso é claro: enquanto houver possibilidade, haverá luta.