Assim como nos últimos dois anos, o sorriso prevaleceu no rosto da torcida do Ceará no derradeiro Clássico-Rei de 2025, disputado ontem, na Arena Castelão, pela Série A. Em campo, o Ceará arrancou um empate crucial em 1 a 1 com o Fortaleza e garantiu a festa dos torcedores nas arquibancadas — ainda que os três pontos não tenham vindo.
Com maior presença por ser mandante, os alvinegros lotaram os setores destinados a eles — os ingressos, inclusive, foram esgotados ainda na terça-feira — e entoaram cânticos de apoio desde antes do apito inicial, assim como os tricolores, que mostraram "força no gogó" para superar os rivais.
A atmosfera criada motivou os jogadores de ambos os times. Quando a bola rolou, a festa nas arquibancadas foi feita. Bandeirolas, fogo, papel picado e um mosaico com fantasma foram os elementos apresentados pelo lado de Porangabuçu, enquanto que os tricolores levantaram um mosaico duplo. A primeira parte, com jornais evidenciando goleadas em clássicos passados. A segunda parte, uma figura de um "avô" chorando.
Todavia, o incentivo não parou por aí. Dois bandeirões ocuparam os setores superior e inferior norte, no lado alvinegro. Depois, um ainda maior — autoproclamado o maior do Brasil —, roubou a cena. Após o bandeirão ser recolhido, os alvinegros surgiram com "gorros" visando formar um mosaico permanente. Em resposta, a torcida do Leão do Pici apresentou três grandes camisas no setor superior sul.
Com o Clássico-Rei acontecendo, ocorreram as famosas provocações entre as torcidas como forma de disputa de quem "cantava mais alto".
Aos 36, a torcida tricolor sorriu. O gol desencadeou provocações, que renderam até princípio de confusão entre os jogadores. Na arquibancada, foi rastilho de pólvora. No lado norte, os alvinegros cantaram para apoiar o time em busca de uma reação. No lado sul, os tricolores festejavam a vitória, que seria crucial para as pretensões do clube. O cenário foi o mesmo durante quase todo o segundo tempo.
Depois de insistir e se lançar ao ataque, o Vovô encontrou o caminho do gol com seu camisa 9, Pedro Raul, nos suspiros finais. O Castelão "explodiu", agora do outro lado.
Ao término do confronto, os alvinegros provocaram o rival, que agora é 19º colocado com apenas 29 pontos, com gritos de "vai jogar a Série B" e "avisa que esse ano vai cair". No campo, o mascote do clube ainda vestiu uma fantasia de "Fantasma da Série C", remetendo ao período do Fortaleza na terceira divisão do futebol brasileiro.
Para além das questões de atrapalhar o rival na luta contra a queda, a torcida do Alvinegro de Porangabuçu celebrou um empate com sabor de vitória que deixa o clube cada vez mais perto de dois objetivos: atingir a pontuação necessária para a permanência e conquistar uma vaga na Copa Sul-Americana de 2026.
Derrotados nessa noite, os tricolores deixaram o Castelão cabisbaixos pelo duro golpe sofrido no fim do confronto. O Leão ainda tem sete jogos pela frente para tentar buscar a remontada, que, caso venha, será histórica.