O empate do Fortaleza no Clássico-Rei da quinta-feira passada teve um gosto muito amargo. O Leão vencia o rival Ceará até os 44 minutos do segundo tempo quando sofreu o empate e viu escapar por entre os dedos a chance de somar três pontos. Era a oportunidade de ouro de encurtar de vez a distância para deixar a zona de rebaixamento. No fim, dos males o menor: o cenário permaneceu o mesmo do início da rodada.
Antes dos confrontos, o Fortaleza estava na 18ª colocação, com cinco pontos a menos que o Santos, então o primeiro clube fora do Z-4. Com a derrota do Peixe para o Palmeiras e o triunfo do Vitória diante do Internacional, o contexto se inverteu, com o time paulista entrando na zona de descenso para a Série B e o clube baiano saindo.
O Juventude, que venceu o Sport, chegou aos 29 pontos e se igualou ao Fortaleza — o Papo, por ter mais triunfos no certame, tomou o 18º lugar do Tricolor, que agora é o vice-lanterna. Apesar dessa troca de posições, a situação dos comandados do técnico Martín Palermo para escaparem do rebaixamento seguiu com a mesma margem anterior, de cinco pontos, agora em relação ao Vitória.
Para o Santos, a diferença diminuiu para quatro pontos. O problema é que, a cada rodada, naturalmente, a quantidade de jogos até o fim do campeonato fica menor. Embora a margem não seja impossível de ser tirada, restam apenas sete partidas para o Tricolor — recorte em que terá de somar 14 pontos dos 21 em disputa, ou seja, cinco vitórias, ou quatro triunfos e dois empates.
Com esse desempenho, que representa 66,7% de aproveitamento, o Fortaleza chegaria aos 43 pontos, número que o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta como seguro para evitar o rebaixamento, com apenas 11,4% de risco. Vale destacar que, nestes sete duelos finais, o Tricolor do Pici terá quatro compromissos fora de casa e três na Capital.
O próximo desafio é na Arena Castelão, com apoio da torcida, contra o Grêmio — partida esta em que o Leão não pode, sob hipótese alguma, tropeçar. Após isso, o time vermelho, azul e branco faz três confrontos como visitante: enfrenta o Atlético-MG, em Belo Horizonte (MG), em duelo atrasado da 16ª rodada, o Bahia e o RB Bragantino. Para encerrar a campanha, recebe o Atlético-MG e o Corinthians e conclui diante do Botafogo, no Rio de Janeiro.
Rival direto do Fortaleza nesta dramática luta contra o rebaixamento, o Santos tem uma tabela das mais complicadas. O Peixe, que também tem sete jogos a cumprir – um deles atrasado do primeiro turno –, ainda encara o Flamengo (fora), Palmeiras (casa), Mirassol (casa), Internacional (fora), Sport (casa), Juventude (fora) e Cruzeiro (casa).
O Vitória, por sua vez, tem seis partidas restantes: Botafogo (casa), RB Bragantino (fora), Palmeiras (fora), Sport (fora), Mirassol (casa) e São Paulo (casa). O Internacional, embora esteja na 15ª colocação, tem 36 pontos, sete a mais que o Fortaleza — uma diferença considerável neste momento do torneio. A matemática ainda permite o Leão sonhar, mas é preciso mais competência dentro de campo.