O Ferroviário oficializou, na noite dessa terça-feira, 18, a criação da sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Em comunicado publicado nos canais oficiais, o clube confirmou a venda para o grupo Makes e destacou o “dia histórico” como o início de “um ciclo de evolução, profissionalismo e crescimento” na vida coral, ressaltando que a transformação marca uma nova fase após décadas de desafios administrativos e financeiros.
“O Ferroviário Atlético Clube oficializa sua SAF, iniciando um ciclo de evolução, profissionalismo e crescimento como nunca antes em nossa história. Desde 1933, quando os trabalhadores da Rede de Viação Cearense criaram o clube que nasceu do povo e para o povo, o Ferroviário sempre se sustentou na raça, na coragem e na paixão da sua torcida. Agora, damos o passo mais importante das últimas décadas — um passo que prepara o Ferrão para voos altos, estáveis e ambiciosos”, escreveu o clube em nota.
O grupo Makes, representado pelo empresário português Pedro Roxo, já atuava internamente na gestão coral desde pouco depois da aprovação da venda, em janeiro deste ano. Naquela ocasião, a constituição da SAF foi aprovada por 93,33% dos votos entre os sócios-torcedores aptos. Dos 45 votantes, 42 foram favoráveis, apenas dois se posicionaram contra e houve uma abstenção, em um processo considerado decisivo para o futuro do clube.
Os trâmites burocráticos, inicialmente previstos para durar três meses, acabaram se estendendo. Um dos motivos foi o rompimento com a Tricorp, empresa responsável pela assessoria jurídica da criação e venda da SAF. O grupo apontou supostas irregularidades na proposta, enquanto o Ferroviário respondeu afirmando ter realizado os ajustes necessários para garantir a continuidade do processo.
A eleição presidencial também influenciou o ritmo da oficialização, já que as duas chapas concorrentes apresentavam visões distintas sobre o modelo clube-empresa. Com a eleição de Rodger Raniery, no início de novembro, para mandato até 2028, o negócio pôde ser finalizado. A partir de agora, a Makes assumirá não só decisões relacionadas ao futebol profissional, mas também a gestão completa do departamento masculino, do feminino e das categorias de base.
A proposta de venda da SAF especifica ainda que a Vila Olímpica Elzir Cabral permanecerá sob domínio associativo, mas será cedida para uso da SAF pelos próximos 20 anos. O documento também projeta metas de investimento e a evolução financeira esperada, variando conforme a divisão em que o Tubarão da Barra estiver nas próximas temporadas.