Flamengo e Palmeiras protagonizam aquela que deve ser a maior final de Libertadores desde que a competição adotou o formato de jogo único em 2019. Isto ocorre porque o Rubro-Negro e o Alviverde disputam a hegemonia brasileira no torneio continental.
Ambos os clubes são tricampeões do torneio e irão disputar a coroa de primeiro brasileiro tetracampeão da Glória Eterna. Em 2021, quando ambas as agremiações possuíam somente dois títulos cada de Libertadores, o Porco e o Urubu duelaram em Montevidéu, com triunfo Alviverde na ocasião.
Quatro anos depois, Lima é o palco de um dos duelos mais aguardados do futebol sul-americano. O momento mais chamativo do pré-final foi o "Aero-Fla", evento no qual os rubro-negros acompanham o ônibus do clube rumo ao aeroporto, como forma de incentivo em partidas decisivas.
Apesar de um gesto bonito, o acontecimento gerou bastante confusão. Em determinado momento, torcedores invadiram o ônibus por uma entrada no teto e tiraram fotos com os jogadores. Na chegada ao aeroporto, a polícia militar tentou dispersar uma multidão de torcedores de forma pacifica, mas, após falhar no processo, partiram para o uso de balas de borracha, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral.
O Mengo desembarcou em Lima na noite da quarta-feira, 26, com muita festa por parte dos torcedores presentes. Os rubro-negros enfeitaram a entrada do hotel onde se hospeda a delegação com sinalizadores e fogos de artifício, além de disputarem fotos com nomes como Wallace Yan, Danilo e Léo Pereira.
Como é tradicional em finais, o time da Gávea foi até o Peru com elenco completo, incluindo atletas que não podem atuar. Este é o caso de Pedro, que se recupera de lesão muscular na coxa esquerda e não vem treinando com bola, e Gonzalo Plata, expulso no segundo jogo das semifinais.
O time vai utilizar o CT da seleção peruana para treinar nesta quinta e também na sexta-feira, quando Filipe Luís vai definir os titulares para o embate contra o Palmeiras.
O Palmeiras, por sua vez, também chegou na quarta-feira à Lima, mas no período da tarde, precisamente às 16 horas. A fila da imigração e o congestionamento no caminho do aeroporto ao hotel atrasaram um pouco a chegada dos atletas, dirigentes, comissão técnica e funcionários. A presidente Leila Pereira está em São Paulo e viaja à capital do Peru em seu avião particular nesta quinta-feira.
Os atletas e o técnico Abel Ferreira desceram do ônibus às 18h22min. Foram ligeiros para entrar no hotel e não deram muita atenção aos centenas de palmeirenses posicionados atrás das grades para apoiar a equipe. A maior parte apenas acenou. Nenhum deles deu autografou, nem tirou fotos.
O goleiro Weverton surgiu com uma tala no dedo da mão em que sofreu uma fissura no mês passado. Ele é dúvida para a decisão. A tendência é de que Carlos Miguel, destaque desde que assumiu a titularidade, seja mantido na equipe.
Lucas Evangelista e Paulinho, machucados, não vão jogar, mas acompanharam a delegação em Lima. Assim como o adversário, o clube trouxe todo o elenco para a capital peruana.
Com títulos decididos nos últimos anos, provocações dos presidentes e uma briga entre os torcedores em 2023, o ambiente em Lima se tornou consideravelmente mais hostil em comparação a 2021, em Montevidéu, quando palmeirenses e flamenguistas se provocaram, mas conviveram em harmonia antes daquela final.
Neste ano, a três dias da decisão, uma briga já foi registrada na capital peruana. Um torcedor do Flamengo acertou um soco em um palmeirense em Miraflores, bairro nobre da cidade.
"Eu vi a briga aqui perto. Não entendi por que brigaram", conta Rosa, vendedora peruana de artesanato que oferecia seus chaveiros, lhamas e alpacas de pelúcia aos turistas que passavam pela orla de Miraflores.
Embora a maioria dos torcedores esteja convivendo sem problemas em Lima, os palmeirenses, em minoria na cidade, procuram andar juntos quando estão com o uniforme. "Estamos andando mais atentos", disse o torcedor Caio Siqueira, que veio de São Paulo.
(Com Agência Estado)