A torcida atendeu ao chamado, e o time correspondeu em campo. Ontem, mais de 51 mil tricolores encheram a Arena Castelão e energizaram o Fortaleza, que venceu o Atlético-MG por 1 a 0, mantendo o sonho da permanência na Série A mais vivo do que nunca. Com o triunfo, o Leão do Pici chegou aos 40 pontos, um a menos que o Santos, primeiro time fora do Z-4, e dois de distância para o Vitória, atual 15º colocado.
A atmosfera no Gigante da Boa Vista foi digna de decisão — e remeteu aos tantos jogos históricos que o Tricolor disputou nos últimos anos. A festa da torcida, que levantou um enorme mosaico com a frase “Até o fim”, resgatou uma sinergia poderosa entre arquibancada e time. Com a bola rolando, o elenco do Fortaleza fez jus ao tamanho e à importância que a partida representava.
A postura do Tricolor, do apito inicial até o término do primeiro tempo, foi de intensidade, vibração e, principalmente, ambição pela vitória. Nada importava além dos três pontos. E o Leão foi à caça. Encurralou o Galo, que, em nenhum momento dos mais de 45 minutos, conseguiu se sobrepor. Não só vontade: os comandados do técnico Martín Palermo também mostraram organização tática.
Sem a posse, o Fortaleza fazia uma forte marcação-pressão no portador da bola para recuperá-la rapidamente. Com ela, o time cearense teve repertório ofensivo, com troca de posições entre jogadores para quebrar os encaixes defensivos do Atlético-MG, além de triangulações para atacar a linha de fundo e infiltrar no último terço. Movimentações que não acontecem por acaso: são fruto do trabalho da comissão técnica.
Mas, apesar da superioridade, faltava o gol. E ele veio apenas aos 40 minutos, quando Breno Lopes achou Bareiro na pequena área e o centroavante, com categoria, tocou de letra para Pochettino. O meio-campista recebeu a bola de frente para a baliza e não desperdiçou. Tento do alívio, da euforia e da esperança. Para o argentino, o fim de um jejum de seis meses sem balançar as redes.
Na etapa final do jogo, o Fortaleza adotou uma estratégia reativa e diminuiu o bloco de marcação com o intuito de explorar as transições em velocidade. Na prática, a ideia foi bem aplicada pelo Leão, que não perdeu o controle do jogo. O Galo, totalmente neutralizado e sem encontrar espaços para atacar, pouco assustou o goleiro Brenno — foi o Tricolor, inclusive, quem levou mais perigo nos contra-ataques.
Conforme algumas peças essenciais no esquema foram cansando, como Pierre — que fez ótima partida —, Bareiro, Pochettino, Breno Lopes e Herrera, Palermo começou a realizar as substituições para manter o alto nível competitivo. Todos os jogadores acionados do banco de reservas tiveram participação positiva na partida: Crispim, Pikachu, Deyverson, Matheus Pereira e Moisés.
Embora tenha tido chances de ampliar o placar, faltou capricho nas conclusões dos lances. Desta vez, isso não fez falta. O 1 a 0 foi o suficiente para garantir os três pontos, tão importantes e emblemáticos para o momento que o clube vive. São oito jogos de invencibilidade, com três vitórias consecutivas. O Leão está faminto, e ainda restam duas rodadas.
Fortaleza
4-3-3: Brenno; Mancuso, Brítez, Gastón Ávila e Diogo Barbosa; Pierre (Matheus Pereira), Lucas Sasha e Pochettino (Moisés); Herrera (Yago Pikachu), Bareiro (Deyverson) e Breno Lopes (Lucas Crispim). Téc: Palermo
Atlético-MG
3-5-2: Everson; Ruan (Saravia), Vitor Hugo e Alonso; Arana (Cadu), Alan Franco, Alexsander (Scarpa), Igor Gomes e Bernard (Gabriel Menino); Hulk (Biel) e Dudu. Téc: Jorge Sampaoli
Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 30/11/2025
Árbitro: Davi de Oliveira Lacerda/ES
Assistentes: Márcia Bezerra Lopes Caetano/RO e Douglas Pagung/ES
Gol: 40min/1ºT - Pochettino
Cartões amarelos: Junior Alonso (CAM)
Público e renda: 51.793 presentes/R$ 886.176,00