Logo O POVO+
Roteiro cruel: Ceará perde para o Palmeiras com Castelão cheio e cai para a Série B
Comentar
Esportes

Roteiro cruel: Ceará perde para o Palmeiras com Castelão cheio e cai para a Série B

Alvinegro sai na frente, mas leva virada do Palmeiras por 3 a 1 e é rebaixado no Brasileirão no ano de retorno. Torcida vai do apoio às vaias com o resultado
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Comentar

A máxima de "não importa como começa, e sim como termina" foi cruel com o Ceará. Foram 37 rodadas fora da zona de rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro, em geral com uma margem que afastasse perigo e permitisse sonhar com classificação para a Copa Sul-Americana.

Tudo caiu por terra na tarde de ontem. O Vovô entrou no grupo da degola justamente na rodada final e caiu para a Segundona. Mesmo em um Castelão cheio e dependendo apenas de si, o Alvinegro foi derrotado por 3 a 1 pelo Palmeiras, de virada, e foi rebaixado para a Série B de 2026.

O time de Porangabuçu amargou a 17ª posição, com 43 pontos — um a menos do que o Internacional, que escapou em 16º. O torcedor alvinegro, que fez sua parte ao longo de boa parte dos 90 minutos, deixou as arquibancadas antes do apito final. Aqueles que permaneceram não pouparam vaias e críticas a Léo Condé e aos jogadores.

Depois dos quatro tropeços consecutivos, o treinador mexeu na escalação do Ceará em busca da vitória: colocou Rafael Ramos, Lucas Mugni e Fernandinho. A formação do Palmeiras, com alguns garotos das categorias de base, gerava expectativa de um páreo menos duro, o que não se confirmou.

"Vai pra cima deles, Vovô", pedia a torcida. Após o susto dos visitantes, quando Sosa saiu cara a cara com Bruno Ferreira e mandou para fora, de cavadinha, o Castelão explodiu em comemoração aos 11 minutos: Mugni cobrou falta da intermediária, Willian Machado escorou de cabeça e Pedro Raul, livre na pequena área, empurrou para as redes.

A vitória era suficiente para o Alvinegro se manter na elite nacional, calcado numa campanha firme no primeiro turno e oscilante no returno, sobretudo na reta final, em que o risco de rebaixamento se tornou mais real. O gol no início poderia ser um alívio para a situação, sem se preocupar com os resultados dos concorrentes diretos.

O cenário positivo durou apenas cinco minutos. Giay cobrou lateral rápido, Bruno Fuchs cruzou na medida e Rafael Ramos não alcançou a bola para cortar de cabeça, o que deixou Facundo Torres com liberdade para emendar de primeira, de esquerda, para empatar o jogo.

A partir daí, o ambiente mudou no Castelão. Em campo e nas arquibancadas, o Ceará acusou o golpe. O time ficou mais afobado diante da impaciência da torcida, tentando acelerar as jogadas e pecando nos passes. O fim do primeiro tempo foi marcado por um misto de vaias e aplausos.

Com o 1 a 1 no placar, o mais prudente era não tirar o olho das situações de Fortaleza, Internacional e Vitória. Os gols do Botafogo sobre o Tricolor geraram comemoração dos torcedores — as últimas do dia. Apesar do ânimo renovado para a segunda etapa, a equipe não respondeu em campo e seguiu pecando nas construções ofensivas, dando cada vez mais espaços na retaguarda, o que custou caro.

Aos 14, Sosa cobrou falta da entrada da área com força, rasteira, no canto direito de Bruno Ferreira e virou o placar. Àquela altura, o Alvinegro não dependeria mais de si pra permanecer na Série A. E piorou cinco minutos depois, quando Flaco López aproveitou passe de Jefté e fez o terceiro gol, livre na área.

Muitos alvinegros passaram a ir embora, enquanto outros vaiavam e entoavam cântico de "time sem vergonha". Pedro Raul, Vina, Pedro Henrique, Aylon... Os homens de frente tentaram, mas não conseguiram diminuir o placar e tentar conduzir uma reação.

Foi o fim da participação alvinegra na elite do Brasileirão, logo no ano de retorno. Os tropeços em casa, a exemplo do confronto de ontem, e o ataque pouco efetivo foram fatores importantes para o rebaixamento. Um encerramento de temporada frustrante para o Vovô, que pareceu ter a permanência encaminhada em vários momentos, mas não conseguiu concretizar. E entrou no Z-4 justamente quando não tinha mais escapatória.

Ceará 1x3 Palmeiras: ficha técnica

Ceará

4-3-3: Bruno Ferreira; Rafael Ramos (Aylon), Marcos Victor, Willian Machado e Matheus Bahia; Dieguinho (Fernando Sobral), Zanocelo e Mugni (Vina); Galeano (Lourenço), Pedro Raul e Fernandinho (Pedro Henrique). Téc: Léo Condé

Palmeiras

4-3-3: Marcelo Lomba; Giay, Bruno Fuchs, Benedetti e Jefté; Aníbal Moreno (Luis Pacheco), Larson (Luighi) e Mauricio (Erick Belé); Sosa, Facundo Torres e Flaco López (Bruno Rodrigues). Téc: Abel Ferreira

Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 7/12/2025
Árbitro: Bruno Arleu de Araújo-Fifa/RS
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Correa-Fifa/RJ e Thiago Henrique Neto Correa Farinha/RJ
Gols: 11min/1ºT - Mugni (CEA); 16min/1ºT - Facundo Torres, 14min/2ºT - Sosa e 19min/2ºT - Flaco López (PAL)
Cartões amarelos: Fernandinho, Fernando Sobral e Willian Machado (CEA); Larson e Luis Pacheco (PAL)
Público e renda:

O que você achou desse conteúdo?