O sonho do bicampeonato mundial rubro-negro ficou pelo caminho. Ontem, no estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan, no Catar, o Flamengo foi derrotado pelo Paris Saint-Germain (PSG) por 2 a 1 nas penalidades e ficou com o vice-campeonato da Copa Intercontinental de Clubes da Fifa. No tempo normal, as equipes empataram em 1 a 1, com Kvaratskhelia marcando para os franceses e Jorginho deixando tudo igual para o Rubro-Negro.
No primeiro tempo, o PSG confirmou a qualidade técnica e impôs domínio quase absoluto. A equipe francesa teve mais posse de bola, maior volume ofensivo e criou as melhores oportunidades. Apesar disso, quem acabou sendo o protagonista foi o goleiro Rossi — ainda que de forma negativa.
Em um dos lances mais polêmicos da etapa inicial, o camisa 1 rubro-negro tentou evitar que a bola saísse pela linha de fundo, acabou deixando o gol desguarnecido e viu Fabián Ruiz empurrar para as redes. Para sorte flamenguista, o VAR entrou em ação e apontou escanteio na origem da jogada, anulando o gol. Pouco depois, porém, Rossi voltou a falhar. Após cruzamento de Doué, o goleiro tentou afastar, mas acabou "ajeitando" a bola para Kvaratskhelia, que não desperdiçou e abriu o placar para os franceses.
O Flamengo pouco produziu ofensivamente na primeira etapa. As únicas chegadas perigosas surgiram através de bolas paradas: um chute de fora da área de Pulgar e uma cabeçada livre do volante após cobrança de escanteio.
No segundo tempo, o panorama mudou. Logo aos cinco minutos, João Neves apareceu bem pela direita, cortou para o meio e finalizou com perigo, exigindo boa defesa de Rossi. A partir dali, o Rubro-Negro passou a ter mais posse e conseguiu equilibrar o jogo. Aos 13, Arrascaeta foi derrubado por Marquinhos dentro da área. Após revisão do VAR, o pênalti foi confirmado. Na cobrança, Jorginho bateu com muita categoria, no canto esquerdo, e deixou tudo igual.
O empate deu confiança ao time brasileiro. O PSG passou a abusar dos lançamentos longos e encontrou dificuldades na transição ofensiva, enquanto o Fla cresceu e passou a competir de igual para igual. Aos 27, quase o time de Luis Enrique retomou a vantagem: após cruzamento de Barcola, Kvaratskhelia salvou a bola na linha de fundo e rolou para João Neves finalizar. A bola passou por Rossi, mas Léo Ortiz apareceu em cima da linha para evitar o gol.
Já aos 35, Nuno Mendes protagonizou uma grande jogada individual, passou por dois defensores e entrou na área. Ele tocou para Dembélé, que finalizou em cima da zaga. No rebote, o próprio lateral tentou novamente, mas o lance foi invalidado por impedimento.
Nos minutos finais, a partida ficou movimentada, com ambas as equipes buscando um gol definidor do título. Primeiro, o Flamengo chegou perto de marcar com Pedro e Plata, mas não teve eficiência. No último lance, o PSG ainda perdeu oportunidade de marcar com Marquinhos, que finalizou errado.
O início da prorrogação foi marcado pelo cuidado das duas equipes, que evitaram se expor. O PSG manteve mais posse, enquanto o Rubro-Negro apostava nas arrancadas de Cebolinha e Plata. A única grande chance do primeiro tempo extra veio aos 14 minutos, quando João Neves recebeu pelo meio, invadiu a área e tocou para trás, mas Léo Ortiz salvou.
No segundo tempo da prorrogação, as chances apareceram dos dois lados. Ndjantou arriscou de fora para o time francês, levando perigo, e o Flamengo respondeu com Samuel Lino, que serviu Luiz Araújo, mas o chute saiu por cima. Nos minutos finais, o PSG pressionou: Dembélé finalizou por cima após cortar a marcação, Barcola quase marcou em chute desviado e Nuno Mendes ainda exigiu boa defesa de Rossi. Apesar da pressão, o time carioca se manteve compacto e levou a decisão para os pênaltis.
Na marca da cal, a equipe comandada por Filipe Luís mostrou cansaço e errou quatro batidas. Dos cinco cobradores, apenas De La Cruz acertou. Saúl, Pedro, Léo Pereira e Luiz Araújo falharam, com defesa de Safonov. Recém coroado melhor do mundo, Dembélé bateu pra fora e Rossi ainda pegou a batida o de Barcola, mas o PSG acabou vencendo por 2 a 1, já que Vitinha e Nuno Mendes converteran.
Com o resultado negativo, o Fla encerra a participação na competição e agora amarga o seu segundo vice-campeonato mundial. Campeão em 1981 diante do Liverpool, o Rubro-negro também ficou com a segunda colocação em 2019, quando foi superado pelo próprio clube inglês. Nenhum clube brasileiro bateu rival europeu na decisão do Intercontinental desde 2012, quando o Corinthians foi campeão sobre o Chelsea.
PSG
4-4-2: Safonov; Zaïre-Emery, Marquinhos, Pacho e Nuno Mendes; Vitinha, João Neves, Fabián Ruíz (Ndjantou) e Lee (Mayulu/Barcola); Kvaratskhelia (Mbáye) e Doué (Dembélé). Técnico: Luis Enrique
Flamengo
4-3-3: Rossi; Varela, Léo Ortiz, Léo Pereira e Alex Sandro; Pulgar (De La Cruz), Jorginho (Saúl) e Arrascaeta (Cebolinha); Carrascal (Pedro), Plata (Samuel Lino) e Bruno Henrique (Luiz Araújo). Técnico: Filipe Luís
Local: Estádio Ahmad bin Ali, no Catar
Data: 17/12/2025
Árbitro: Ismail Elfath
Assistentes: Parker Corey e Atkins Kyle
VAR: Chapman Allen
Gols: 37min/1ºT - Kvaratskhelia (PSG); 16min/2ºT - Jorginho (FLA);
Cartões amarelos: Fabián Ruíz e Vitinha (PSG); Jorginho, Alex Sandro, Pulgar, Plata, Saúl e Juninho (FLA)