Rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro, o Ceará segue planejando a próxima temporada. O clube vai apresentar ao Conselho Deliberativo o orçamento de 2026 na próxima segunda-feira, 29, e os conselheiros votarão pela aprovação ou reprovação da proposta.
O Esportes O POVO apurou que o Alvinegro trabalha com uma previsão orçamentária que gira entre R$ 130 milhões e R$ 140 milhões. Na reunião do Conselho serão apresentadas as receitas previstas para o Vovô no próximo ano, como direitos de transmissão, bilheteria, vendas de atletas, sócio-torcedor e patrocínios, além das despesas projetadas que a agremiação terá durante o ano.
Com o rebaixamento para a Segundona, o Vovô terá uma queda de quase R$ 100 milhões em receitas, visto que a projeção de orçamento para 2025 — ano de retorno à elite nacional — era de R$ 229,4 milhões.
A principal baixa no faturamento será referente aos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Há uma diferença grande nas cifras entre a Série A e a Série B, uma vez que os clubes da Segundona recebem cerca de R$ 13 milhões.
O montante previsto para a próxima temporada é levemente inferior à previsão de 2024, em que o Alvinegro também estava na Série B e estimou faturar R$ 149 milhões. Na ocasião, porém, o clube ainda tinha valores a receber da negociação da Liga Forte União (LFU) por direitos de transmissão, o que inflava as cifras.
Para 2026, ainda há debate internamente sobre o valor exato que será projetado com vendas de atletas, principalmente. Isso porque o clube entende que não há tantos ativos — neste caso, jogadores com valor considerável para o mercado — como nos anos anteriores.
Do elenco atual, apenas o zagueiro Willian Machado e o volante Dieguinho surgem como principais nomes em caso de vendas. O defensor, por sinal, é alvo de Mirassol, Coritiba, Fluminense e Vasco da Gama no mercado da bola. Apesar do interesse de outras agremiações, ambos os jogadores são de posição defensiva, o que acaba impactando negativamente os valores ofertados.
Outros atletas que se destacaram com a camisa alvinegra em 2025, como Galeano, Pedro Raul e Matheus Bahia estavam emprestados por Nacional-URU, Corinthians e Bahia e, por isso, o Vovô não vai lucrar em possíveis negociações.
É válido ressaltar que na pasta "venda de atletas" podem ser incluídos jogadores que não têm vínculo direto com o Ceará, mas que têm algum percentual dos direitos econômicos ligados ao time de Porangabuçu. Os grandes exemplos neste momento são os zagueiros Jonathan Jesus, do Cruzeiro, e David Ricardo, do Botafogo.
O primeiro vem sendo cobiçado por clubes europeus, como o Zenit, da Rússia, após boa reta final de temporada pela Raposa. Vendido em 2024 ao time mineiro, o jovem jogador tem 10% dos seus direitos econômicos pertencentes ao Vovô.
O segundo, por sua vez, atraiu interesse do São Paulo nas últimas semanas. Neste ano, ele disputou 29 jogos com a camisa do Botafogo, que o adquiriu junto ao Ceará em janeiro. Na negociação, a equipe cearense manteve 20% dos direitos econômicos. (Com informações de João Pedro Oliveira)