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A "doença do beijo" e outros riscos à saúde no Carnaval
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A "doença do beijo" e outros riscos à saúde no Carnaval

É proibido proibir. Mas é saudável prevenir. Durante o Carnaval, a transmissão de algumas doenças, como a mononucleose, aumenta. Confira dicas para evitar problemas futuros
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Um teste vem fazendo sucesso nas redes sociais há semanas: “Quantas bocas você vai beijar neste Carnaval?”. A brincadeira dá a pista. É que para alguns, trocar beijos com várias pessoas faz parte da folia. Não por acaso, é neste período que aumenta a incidência da mononucleose infecciosa, conhecida popularmente como “doença do beijo”.

 

O vírus causador da Mononucleose Infecciosa, o Epstein-Barr, é transmitido diretamente através de fluidos, principalmente a saliva.

 

O tempo de encubação da doença é de no mínimo duas semanas, sendo um breve exame visual ineficaz para diagnosticar se o possível parceiro deve ou não ser beijado. “Eu posso estar com o vírus encubado e ainda assim transmitir”, alerta o otorrinolaringologista Roberto Alencar.

 

A mononucleose provoca sintomas como febre alta, aumento dos gânglios, dor e inflamação da garganta e da faringe. Embora não tenha um tratamento específico, a doença desaparece após uma ou duas semanas. A recomendação é repouso e ingestão de muito líquido.

 

O infectologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) Ivo Castelo Branco explica que a maior transmissão de doenças nesse período, sobretudo às sexualmente transmissíveis, se dá devido à troca de fluidos corporais entre várias pessoas. “Quanto mais pessoas trocarem intimidade, maior é o risco”, adverte. O uso de preservativo também é fundamental para prevenir boa parte das DSTs.

 

Ivo Castelo Branco ainda destaca que sintomas comuns dessas doenças, como febre e dor de garganta, podem ser confundidos com uma gripe, por exemplo. “A recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) é que qualquer pessoa que tenha tido mais de três relações de intimidade sem proteção e apresente algum desses sintomas desconfie de DSTs”, adverte. Testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C podem ser realizados gratuitamente em postos de saúde.

 

SÍFILIS

Transmissão: A bactéria Treponema pallidum é transmitida por meio de sexo vaginal, oral ou anal.

Manifestação de sintomas: Cerca de 3 semanas após após a infecção

Sintomas: Feridas nas regiões afetadas. Caso a doença não seja tratada nesse primeiro estágio, podem se apresentar sintomas como dor de cabeça, dor de garganta, febre e mal estar

Tratamento: Antibióticos como a penicilina

Camisinha previne: Sim

 

GONORRÉIA

Transmissão: A bactéria Neisseria gonorrhoeae é transmitida por contato contato oral, vaginal ou anal

Manifestação de sintomas: De um a cinco dias após a infecção

Sintomas: A doença pode não apresentar sintomas.
Os mais perceptíveis são dor e ardência ao urinar, secreção de pus pela
uretra e dor ou inchaço

Tratamento: Antibióticos como a amoxilina

Camisinha previne: Sim

HEPATITE A

Transmissão: Transmitido pelo vírus VHA por meio oral ou anal. A troca de fluidos em beijos ou relações sexuais pode transmitir a doença

Manifestação de sintomas: De duas a seis semanas após a infecção

Sintomas: Fadiga, febre baixa, dor nas articulações, dor de cabeça leve e perda do apetite. Ataca o fígado após os primeiros sintomas

Tratamento: Não existe um tratamento específico para a hepatite A. São
utilizados analgésicos e remédios para controle de náuseas e vômitos

Camisinha previne: Não

MONONUCLEOSE INFECCIOSA

Transmissão: Não é uma DST. O vírus Epstein-Barr é transmitido pela troca de saliva, daí a doença ser chamada popularmente de “doença do beijo”

Manifestação de sintomas: De duas a oito semanas após a infecção

Sintomas: Febre em torno de 38 graus, dor de garganta, dores musculares e aumento dos linfonodos

Tratamento: Não existe um tratamento antiviral específico, em geral, apenas se trata os sintomas. É recomendado repouso e ingestão de líquidos

Camisinha previne: Não

 

HIV

Transmissão: O vírus HIV é transmitido por meio de contato sexual vaginal, oral ou anal ou por contato com sangue de alguém contaminado

Manifestação de sintomas: Algumas semanas após a infecção

Sintomas: Alguns sintomas da gripe como febre, dor de garganta e fadiga podem se apresentar nas primeiras semanas. A evolução da doença envolve perda de peso, febre ou sudorese noturna, fadiga e infecções

Tratamento: Não existe cura. O tratamento pode prevenir infecções secundárias e complicações

Camisinha previne: Sim

AMIGDALITE

Transmissão: Não é uma DST. Ocorre por meio do contato com saliva infectada. A forma viral, causada pelos vírus Adenovírus, Epstein-barr, Citomegalovírus e vírus da parotidite é a mais contagiosa

Manifestação de sintomas: Poucos dias após a infecção

Sintomas: Dor de garganta, dificuldade para engolir e febre

Tratamento: Antibióticos como a penicilina no caso de infecção bacteriana e remédios para controlar a febre e a dor, se a doença for de origem viral

Camisinha previne: Não

CANDIDÍASE ORAL

Transmissão: Conhecida popularmente como “sapinho”, a doença é causada pelo fungo Candida albicans e pode ser transmitida pelo contato com secreções orais durante o beijo ou por sexo oral

Manifestação de sintomas: De dois a cinco dias após a infecção

Sintomas: Queimação e desconforto na boca e manchas amarelas na boca ou garganta

Tratamento: Medicamento antifúngico

Camisinha previne: Não

CLAMÍDIA

Transmissão: Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, pode ser transmitida via contato sexual anal, oral ou vaginal

Manifestação de sintomas: De uma a três semanas após a infecção

Sintomas: Ardência ao urinar, dores abdominais, corrimento vaginal ou penial e dor na região

Tratamento: Antibióticos como a Amoxilina

Camisinha previne: Sim

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