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Você talvez já tenha visto, em uma ida à feira ou ao supermercado, uma fruta de aparência curiosa, com casca rosa e escamosa. Trata-se da pitaia, originária de florestas tropicais do continente americano (principalmente da região que vai do México à Colômbia e Venezuela), muito famosa na Ásia, mas ainda novidade na mesa dos brasileiros.
 

No País, a fruta vem sendo cultivada, mas ainda não há um sistema produtivo muito bem definido e adequado às condições locais. Para colaborar com a elaboração de um modelo, pesquisadores do Núcleo de Estudos em Fruticultura e do Laboratório de Abelhas, da Universidade Federal do Ceará, acompanharam uma plantação de pitaia de miolo branco e de miolo vermelho em Quixeré, no interior do Estado.
 

O resultado do trabalho aponta para a importância das abelhas, especialmente da espécie Apis mellifera (chamada abelha africanizada), na polinização da fruta que, no México, é feita por morcegos.
 

De acordo com os pesquisadores, a atividade das abelhas influencia em boa parte o que chamam de “vingamento dos frutos” e até mesmo no tamanho e peso. “A Apis é pequena para aquele tamanho de flor, mas visita em grandes quantidades. As abelhas mexendo e andando transferem o pólen”, explica o professor Breno Freitas, orientador da pesquisa.
 

Os produtores do Ceará foram orientados a adotar medidas que favoreçam a presença das espécies animais certas na área. “São práticas amigáveis ao polinizador. Não é preciso criar o inseto, mas ajustar as atividades de produção para aumentar a incidência dele”, sugere o professor Breno.
 

A ideia é aumentar a produtividade da fruta. “Os custos serão praticamente os mesmos, mas os frutos e a lucratividade serão maiores”, diz o professor.
 

Sendo uma cactácea, a planta da pitaia tem um potencial de produção grande, mas ainda inexplorado, para regiões como o Nordeste. “Ela é muito eficiente no uso da água, consumindo até 10 vezes menos água do que outras culturas frutíferas, como banana, milho e feijão”, diz o professor Márcio Corrêa, coordenador do Núcleo de Estudos em Fruticultura. (Agência UFC)

BOA PARA A SAÚDE
 

A pitaia é uma boa fonte de vitaminas, carboidratos e minerais, com alto teor de potássio, além de guardar poder antioxidante e de ter ação laxante. Ela pode ser uma aliada na prevenção de doenças cardiovasculares, envelhecimento precoce e diabetes.   

O PREÇO DA FRUTA
 

Como ainda não possui um sistema produtivo muito bem definido e adequado às condições brasileiras, a fruta é cara. O preço do quilo varia entre R$ 15 e R$ 80, a depender da época do ano e da região do Brasil.