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O planeta também é responsabilidade nossa
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O planeta também é responsabilidade nossa

| Ecologia | Hoje, no Dia Mundial do Meio Ambiente, O POVO reflete sobre o que podemos fazer para sermos cidadãos mais sustentáveis
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Protocolos internacionais, pactos intercontinentais, políticas públicas de governos... coisas que parecem muito longe e pouco palpáveis vêm à cabeça quando se pensa em proteção ao meio ambiente. Tudo isso, claro, é importante e se não forem desenvolvidas ações em esfera macro os ecossistemas padecem. Hoje, contudo, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a proposta é pensar no que podemos fazer de pequeno, que pode ser incorporado no dia a dia, e que gera, sim, impactos positivos.

"Não podemos pensar que estamos fazendo pouco. Cada pequena ação importa, faz parte de um todo. É juntando cada um que a gente vai ter uma sociedade mais consciente e capaz de semear e divulgar boa ideais para o meio ambiente. O filho aprende pelo exemplo dos pais". É o que acredita a professora do Curso de Biologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e ecóloga Fabiann Lucena.

A professora de artes Natalice Garcia, 29, é exemplo disso. Foi vendo o pai, Paulo Sérgio Garcia, que no Crato, no Cariri, mobiliza comunidades em torno de associações de catadores, "para tirar do lixo o sustento e ajudar o meio ambiente", que ela foi enraizando dentro de si a consciência ambiental. Morando na zona rural de Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, ela separa o lixo seco, faz compostagem com o lixo orgânico, busca ter consumo consciente de roupas, e visita periodicamente feiras agroecológica. Junto ao companheiro, o geógrafo Diego Salvador, 30, Natalice foi além: estão construindo uma casa com redução de cimento e ferro, usando barro e madeiras, com economia de água e descarte natural das águas usadas, e teto verde.

"A consciência ambiental perpassa uma consciência de qual é nosso lugar no mundo, de entender que estamos aqui de passagem, e que somos completamente dependentes do meio em que a gente vive. Isso acaba construindo uma consciência mais ampla que nos acompanha nas pequenas coisas do dia a dia: do que a gente come, o que compra, como vive e o que ensina", explica.

Na casa do servidor público David Moraes de Andrade, 38, o caminho foi inverso. Voltando a morar na casa dos pais recentemente, convenceu a mãe, Zeliza, 80, de que a coleta seletiva de casa deveria ser mais atenciosa. Os dois têm há um mês separado todos os materiais recicláveis do lixo orgânico, revisitado as coisas acumuladas ao longo de anos, como móveis, e ido constantemente ao Ecoponto fazer o descarte responsável dos itens - já foram sete visitas nesse meio tempo.

"A motivação maior foi saber que a gente está diminuindo a produção de lixo que vai para o aterro e que tem uma destinação mais consciente. E aí a gente, fazendo o contato com as pessoas próximas, vai mostrando que não é complicado, não tem um custo a mais. E é um exercício de civilidade", ensina.

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