Se inicialmente os saques eram realizados contra portugueses, o professor percebeu, pela documentação histórica, que o sentido de “corcunda” mudou e passou a se referir aos ricos, a quaisquer pessoas com bens. “Quem tinha vidro dentro de casa era considerado corcunda e era saqueado, o que também mostra a pobreza muito grande daquela região, em que ter vidro em casa era sinal de alguma prosperidade, de algum nível econômico”, afirma João Paulo Peixoto Costa.
Para camadas étnicas e sociais mais pobres, o rei representava uma “proteção principalmente contra os ricos, os latifundiários, os proprietários, que tanto queriam tomar terras como queriam controlá-los como mão de obra”, segundo o professor. A volta de Dom João VI para Portugal era um dos motivos para a “raiva” dos indígenas, assim como repressão e possíveis efeitos, para eles, da nova constituição de Portugal.