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Uva-passa: tradicional em meio a uma polêmica infinita na mesa
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Uva-passa: tradicional em meio a uma polêmica infinita na mesa

Você está no time daqueles que amam ou daqueles odeiam a uva-passa? Essa é uma polêmica que se acirra nas festas de fim de ano. Muito muitos pratos da ceia não dispensam aqueles pontinhos enrugados e escuros. Qual tal saber sobre o produto, que é cheio de curiosidades?
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    (Foto: Divulgação)
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Dona de um sabor adocicado e propriedades benéficas à saúde, a uva-passa é um dos elementos tradicionais que compõem a celebração natalina. A fruta, que tem alto conteúdo de frutose e glucose, passa pelo processo de desidratação até chegar aos pratos festivos das famílias brasileiras, sendo consumida crua e com cores diversas, dependendo do seu tipo — as mais comuns são as amarelas, as marrons e as roxas.

Desde que seja consumida com moderação, a uva-passa traz grandes benefícios para a saúde, pois são compostas por fibra e ácido tartárico, substâncias que contribuem para a saúde do intestino. Além disso, a fruta proporciona energia, é antioxidante e tem alto teor de vitaminas e minerais. Mas, afinal, como surgiu a tradição de utilizar as passas nas comidas da ceia natalina?

 

 

Hora de testar a sua relação com a uva-passa
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Origem da uva passa

Oriunda da região do Mediterrâneo, a uva tem seus primeiros registros históricos na Antiguidade. Na Roma Antiga, antes da expansão do cristianismo, os romanos festejavam o Natalis Solis Invicti, entre 21 e 25 de dezembro, uma celebração pagã que marcava o início do inverno no hemisfério norte. Então, os europeus passavam a guardar sementes e a secar frutas por conta do período de baixas temperaturas que, por sua vez, prejudicavam a produção agrícola durante a estação.

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Com o objetivo de festejar o novo ciclo, acendiam grandes fogueiras e dançavam em volta para comemorar a vida e atrair boas energias. Portanto, à época, a uva trazia a ideia de ausência de fome, fim da pobreza e, ainda, protegeria contra os excessos da bebida (vinho). Assim, a uva-passa carrega uma simbologia associada às festividades, fartura, alegria e longevidade.

Logo após o estabelecimento do Cristianismo no Império Romano, os festivais pagãos foram absorvidos e substituídos por celebrações cristãs. Dessa forma, o período passou a ser de celebração do Natal, mas com a manutenção de alguns hábitos, inclusive a uva-passa nos alimentos. Mais tarde, fenícios e egípcios foram responsáveis pela popularização da produção e da disseminação para o mundo ocidental, algo que prossegue até a atualidade.

 

 

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A uva passa no Ceará

No Ceará, com a chegada do mês de dezembro, cresce no entreposto da Ceasa, em Maracanaú, a busca por produtos que compõem a mesa natalina dos habitantes. Porém, alguns deles sofreram grandes altas no comparativo anual entre os meses de dezembro de 2020 e dezembro de 2021, elaborado pelo Sistema de Informações do Mercado Agrícola da Ceasa-CE (Sima). É o caso, por exemplo, da uva-passa preta, que registrou aumento de 85,19% no período, saindo de R$ 135 para R$ 250 para a caixa com 10 quilos.

Ao O POVO, Deize Araujo, auxiliar de cozinha, conta sobre o impacto da alta para a ceia com a família. “Em casa, é tradição ter muita fartura quando nos reunimos para celebrar o Natal, mas, com tudo tão caro, inclusive as uvas-passas, que são essenciais nos pratos da família, a ida ao mercado tem sido adiada dia após dia”, afirma.

 

 

Curiosidades para além das polêmicas

Apesar de ter muitos apreciadores, há quem também não goste da fruta. Entretanto, mesmo com a discussão acerca da composição da culinária natalina, a produção da uva-passa é repleta de curiosidades.

Após ser colhida das parreiras, a uva é posta em cima de uma malha, de forma parecida com o processo de secagem do café. De modo geral, as escolhidas são as saudáveis, porém, elas ainda estão fora dos padrões estéticos de mercado em atributos de tamanho e cor. Ao passarem pelo processo de transformação em uva-passa, entretanto, elas podem ser reaproveitadas, evitando o desperdício e voltando a gerar valor para os produtores.

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Partindo deste ponto, as uvas são mantidas em local apropriado para que fiquem secas, processo que dura, em média, de duas a três semanas, a depender da temperatura. Durante o processo, a uva fica mais escura. Para saber se a secagem chegou ao fim, não é preciso equipamento especial, somente o uso das mãos, que ao tocarem a fruta devem perceber se ainda há suco nelas, ou se a uva já está completamente seca.

A uva passa costuma ser adicionada a pratos como arroz a grega e salpicão de tender. É possível, porém, preparar outras receitas variadas, desde aperitivos, acompanhamentos e saladas, até sanduíches, bolos e outras sobremesas.

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