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Eclipseso que os astros reservam para 2023
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Eclipseso que os astros reservam para 2023

|Astronomia | Ceará poderá ver um eclipse solar pela primeira vez em 27 anos. Saiba mais sobre os movimentos do Sol e da Lua
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Um eclipse solar é observado em Coquimbo, Chile, em 2 de julho de 2019 (Foto: REUTERS/Rodrigo Garrido)
Foto: REUTERS/Rodrigo Garrido Um eclipse solar é observado em Coquimbo, Chile, em 2 de julho de 2019

Com a chegada de um novo ano, ciclos se fecham para dar espaço a outros — inclusive fora da órbita do planeta Terra. O calendário astronômico de 2023 será marcado por um total de quatro eclipses, sendo dois deles visíveis no Brasil: um eclipse solar anular, em 14 de outubro, e um eclipse lunar parcial, entre os dias 28 e 29 de outubro.

No Ceará, no entanto, o único eclipse que poderá ser observado este ano pelos amantes de astronomia será o eclipse solar anular. De acordo com o professor de Astronomia do Colégio Militar do Corpo de Bombeiros e colunista do O POVO, Romário Fernandes, "esse eclipse será muito significativo, pois o último eclipse solar anular visível no Estado ocorreu em 1995". Ou seja, anote a data de 14 de outubro de 2023 e se prepara para um espetáculo que não é visto há 26 anos.

Segundo ele, o evento poderá ser visto especialmente na região Centro-Sul do Estado, entre Iguatu, Juazeiro do Norte e arredores. Já no Centro-Norte, ocorrerá o eclipse solar parcial, no qual mais de 90% do Sol será coberto, mas não será visível a formação do "anel de fogo", principal característica do eclipse solar anular.

 

Eclipse solar: basta olhar para o sol?

A resposta é não. O eclipse solar parcial, por exemplo, só pode ser visto com ajuda de algum objeto no olho para filtrar o excesso de luminosidade. Não é possível observar o evento a olho nu. Ou seja, ainda que o Sol seja encoberto em 90%, se você olhar intencionalmente para o Sol sem algum tipo de proteção não terá como ver que o eclipse está acontecendo.

"É um fenômeno que só pode ser visto por quem realmente quer vê-lo. E aí independente de qual seja, mesmo que seja um eclipse solar total, é essencial estar com proteção no olho, pois a luz do Sol pode causar problemas oculares graves", orienta Romário.

O professor recomenda o vidro de solda nº 14, cujo "espelhinho" da máscara — uma lente muito escura —, consegue filtrar adequadamente os raios ultravioletas e infravermelhos.

 

Tipos de eclipses solares

Eclipse solar parcial

A Lua se posiciona entre a Terra e o Sol, formando uma sombra que abrange uma pequena faixa da superfície terrestre, fazendo com que, durante o eclipse, essa área fique escura durante um intervalo de tempo limitado do dia.

Eclipse solar total

Neste caso, toda a luz do Sol é ocultada pela Lua, formando um alinhamento perfeito entre os dois. É um fenômeno tido como extremamente raro e impactante, pois torna-se possível ver o dia escurecendo.

Eclipse solar anular
ou anelar

Este tipo de eclipse ocorre quando a Lua está a uma distância maior da Terra e o seu tamanho aparente não é o suficiente para recobrir toda a projeção solar. Por essa razão, forma-se um anel em torno da sombra da Lua.

Segundo o professor, esse fenômeno tem uma peculiaridade.

"Quando acontece da Lua passar entre a Terra e o Sol perfeitamente alinhada, mas no ponto de maior afastamento em relação à Terra, o que chamamos de apogeu, ela não consegue cobrir completamente o Sol, formando um disco luminoso ao redor dela. Assim como o eclipse solar total, esse também é extremamente bonito, pois forma-se o que apelidamos de 'anel de fogo', o eclipse solar anular", destaca o professor Romário.

Eclipse solar híbrido

O fenômeno ocorre quando o eclipse é total em algumas áreas e parcial em outras. Não é o caso do Ceará, considerando que haverá a formação do "anel de fogo", característica do eclipse solar anular.

 

Eclipses solares e lunares

Romário Fernandes explica que, genericamente, eclipses solares acontecem quando a lua passa entre a Terra e o Sol, alinhada com ambos. Já os eclipses lunares ocorrem quando a sombra da Terra, produzida pelo Sol, é projetada sobre a Lua, cobrindo-a. Assim como no eclipse solar, o lunar só pode ocorrer quando a órbita do satélite natural da Terra (a Lua) coincide com a eclíptica — o plano da órbita lunar é ligeiramente rotacionado (cerca de 5,2º) em relação à da Terra.

 

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