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Etiqueta dos relacionamentos: a evolução de um namoro na era digital
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Etiqueta dos relacionamentos: a evolução de um namoro na era digital

Na véspera do Dia dos Namorados, O POVO discute como as relações amorosas contemporâneas passam por mudanças de comportamento
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Especialistas discutem lugar do amor romântico nas relações do século XXI (Foto: Ilustração: Carlus Viana)
Foto: Ilustração: Carlus Viana Especialistas discutem lugar do amor romântico nas relações do século XXI

O avanço da tecnologia e o incremento de discussões sobre questões sociais e pessoais agora fazem parte integral do dia a dia daqueles que se encontram em um relacionamento. É neste contexto que debates acerca das etiquetas de comportamento surgem entre os casais.

As etiquetas podem ser descritas como uma série de regras de convivência observadas em situações cerimoniais ou em momentos íntimos. Ao longo dos anos, pessoas inseridas em uma relação amorosa viram tais costumes se transformarem.

A presença cada vez mais constante das redes sociais no cotidiano e o debate de temas como machismo entre casais fizeram com que antigas regras de comportamento fossem atualizadas. Neste cenário, namorados e namoradas tentam se adaptar para que possam continuar a relação de forma harmoniosa.

 

Novo paradigma de relações amorosas

A psicóloga e sexóloga Zenilce Bruno aponta para a mudança de paradigmas observados nas relações amorosas contemporâneas. “Estar em um relacionamento sempre foi uma tarefa difícil. Afinal, é algo muito complicado compreender outra pessoa totalmente diferente de você. Mas foi nos dias de hoje que encontramos as maiores dificuldades para amar. Os costumes estão totalmente diferentes. As relações humanas se transformam naturalmente com o avanço do tempo e, na área amorosa, os costumes e comportamentos do passado podem parecer estranhos e, em alguns casos, até mesmo absurdos”, afirma.

Zenilce também sublinha ser comum, dentro de um relacionamento, a necessidade de querer controlar aquilo que vai ser discutido ou mesmo sentido.

“Dependemos afetivamente dos outros, como do ar, da água, da luz. O amor é antes de tudo, um sentimento de dependência afetiva e um imperativo em nossa existência. O amor é também a constatação de nossa fraqueza compartilhada. Nossas decisões já não passam por nosso corpo apenas, mas pelo corpo do outro, o que gera sensação de fraqueza e vontade de controlá-lo”, conclui.

 

Relacionamentos em eterna evolução 

Namorados desde setembro de 2017, a estudante de Arquitetura, Isadora Uchôa, e o estudante de Administração, Lucas Moreno, viram a forma de se relacionar um com o outro mudar ao longo dos anos. O contato entre os dois tornou-se cada vez mais próximo, fazendo com que comportamentos e gostos pessoais pudessem ser respeitados.

“No início do relacionamento, a fase da conquista é muito boa, mas a gente começa com certas inseguranças por não conhecer bem a pessoa ou não saber, ainda, como lidar com a nova relação. Acho que o melhor, depois de tanto tempo, é ver essa sensação se transformar no completo oposto: a segurança de conhecer seu parceiro e saber, exatamente, o melhor que existe nele e entre vocês dois. O essencial é entender que, independente do momento da relação, o respeito, o cuidado e o diálogo são pontos que não podem faltar de forma alguma, mesmo no primeiro dia dela”, afirma Isadora.

Já Lucas lembra que comportamentos observados durante o início da relação tendem a mudar na medida que o casal se torna mais próximo e com liberdade de diálogo. “Alguns detalhes vistos na maioria dos casais no início do relacionamento acabam se perdendo quando, com o tempo, ficamos mais à vontade e com maior liberdade com a outra pessoa".

 

O papel da tecnologia

Para Isadora e Lucas, a tecnologia tem sido usada com moderação, principalmente em dias de aula e de trabalho. Conversas por aplicativo de mensagem e pequenas ligações no final da tarde foram a maneira que os dois encontraram para se manter conectados, mesmo à distância.

“Temos muitos planos para o futuro, mas ainda moramos em residências separadas. Então, durante a semana, cada um tem a sua rotina, em casa e no trabalho. Acredito que a tecnologia é um aliado, pois conseguimos manter contato frequente, o que é muito importante. É uma forma de estar presente, mesmo distante fisicamente”, afirma Isadora.

 

Machismo e outras questões sociais

Debates de questões de carácter social, como o machismo, também fazem parte da relação entre os dois. Para o casal, conversas sobre temas de relevância são importantes para a evolução de cada um. Isadora conta que tais assuntos precisam ser conversados — o objetivo é fazer com que os dois evoluam pessoalmente e mantenham uma relação saudável.

“Além disso, ao ver alguma situação desrespeitosa nesse sentido com amigos ou conhecidos, opinamos contra”, apontou a estudante.

Além de conversas sobre práticas machistas, Lucas também pontua que outros temas são levantados pelo casal.

“Abominamos práticas nesse sentido [machistas]. Boas práticas com o meio ambiente, o zelo e o cuidado devido com os mais velhos, situações vistas na criação de pais com filhos também são assuntos costumeiramente conversados por nós”, conclui.

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