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Setembro Amarelo: desestigmatizar para prevenir contra o suicídio
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Setembro Amarelo: desestigmatizar para prevenir contra o suicídio

Neste mês de prevenção ao suicídio, saiba a origem e como buscar por apoio psicológico
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Setembro Amarelo (Foto: Freepik)
Foto: Freepik Setembro Amarelo

Setecentos mil. Esse é o número de pessoas que morrem por suicídio todos os anos, o que representa 1 a cada 100 mortes registradas no mundo. Os dados da Organização Mundial da Saúde revelam a necessidade de desestigmatizar a busca por atendimento psicológico em um mundo cada vez mais imediatista, conectado e globalizado. Hoje, dia 10 de setembro, é o dia mundial de prevenção ao suicídio — data que encapsula os desígnios do setembro amarelo.

Para este mês de setembro, marcado pela campanha de prevenção ao suicídio, a psicóloga e psicanalista, Silvana Castelo Branco, aponta ser importante enfatizar: o primeiro passo para discutir saúde mental é entender que pedir ajuda não é um sinal de fraqueza.

“Cuidar da saúde mental implica em uma maior conscientização em relação ao ser humano. Quando estamos pensando em uma sociedade na qual as questões de transtornos e de dores psíquicas estão relacionadas à fraqueza emocional, então ainda estamos em uma sociedade adoecida”, afirma a especialista.

Segundo a psicóloga clínica e educacional, Jessyka Herbster, é necessário relembrar também que o corpo e a mente sempre estiveram integrados. E assim como existe a necessidade de cuidar do nosso corpo físico, é de extrema importância cuidar das nossas emoções.

Origem do setembro amarelo

Por trás dos cartazes de prevenção contra o suicídio e das mensagens de apoio nas redes sociais, a campanha de Setembro Amarelo guarda a história de um rapaz norte-americano de 17 anos. Mike Emme era apaixonado por automóveis, o que o levou a restaurar o próprio veículo, um Mustang 68 de cor amarela, apelidado como “Mustang Mike”.

Apesar de ser conhecido por suas habilidades e por ser uma pessoa tranquila, ele enfrentava transtornos mentais e se suicidou em 1994. A psicóloga Silvana Castelo Branco conta que na ocasião do velório, cestas com cartões decorados com fitas amarelas e mensagens com dizeres como “Se você precisar, peça ajuda” foram distribuídos aos presentes. “A iniciativa marcou o início da campanha de prevenção ao suicídio, que foi expandida em 2003, a partir da adoção do mês de setembro como marco mensal da discussão da temática a nível global pela OMS”, relata Silvana.

Alguém do meu convívio apresenta sinais. O que devo fazer?

A psicóloga Jessyka Herbster elenca uma tríade de ações de prevenção contra o suicídio: saber, agir e prevenir. “Se você sabe, você age e depois você sempre previne para as próximas possibilidades”, diz. Ela destaca ainda que, como primeiro passo, é preciso desmistificar o mito social que a pessoa que tem intenção de tirar a própria vida não avisa e não fala sobre isso.

“Isso não é verdade. Devemos sempre considerar todos os sinais de alerta de qualquer ideação suicida. Diante desses sinais de alerta evidente. Primeiro ponto sempre será o acolhimento, encontrar um momento apropriado e lugar calmo para ouvir a pessoa falar como se sente. Ouça com a mente aberta e ofereça apoio”, elucida.

- Sempre incentive a pessoa a procurar ajuda de profissionais dos serviços de saúde mental. Se possível ofereça apoio para acompanhar ao atendimento;

- Se você desconfia que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixa sozinha; acione a rede de apoio, alguém de confiança da própria pessoa e profissionais de saúde;

- Se a pessoa que você está preocupado mora com você, se assegure que essa pessoa não tenha meios para provocar a própria morte;

- Mantenha contato para acompanhar a pessoa após as situações. Empatia, acolhimento nunca é demais. É um ato de solidariedade.

Conheça 7 lugares que oferecem atendimento psicológico gratuito em Fortaleza

1. Clínicas Escolas

UFC: (85) 3366 7690

UniChristus: (85) 3265 8153

Unifor: (85) 3477 3611

Fateci: (85) 3533 7031

Fanor: (85) 3052 4865

Uece: (85) 3101 9981

Unifametro: (85) 3206 6433

UniAteneu: (85) 98519 5061

Estácio: (85) 3270 6798

Ari de Sá: (85) 9923 0812


2. Institutos

O Instituto Bia Dote é uma organização não governamental e sem fins lucrativos que trabalha com a prevenção do suicídio e a valorização da vida desde 2013.  Telefone: (85) 3264 2992

3. Programa de Apoio ao Deprimido Refratário

O Programa de Apoio ao Deprimido Refratário (Proadere) é um projeto de extensão do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal do Ceará (Famed) destinado a pessoas com depressão resistente ao tratamento. Está sediado no Hospital Universitário Walter Cantídio. Telefone: (85) 98834 3760

4. Programa Interdisciplinar de Nutrição aos Transtornos Alimentares e Obesidade

O Programa Interdisciplinar de Nutrição aos Transtornos Alimentares e Obesidade (Pronutra) é um programa de extensão da Unifor. Possui equipe interdisciplinar composta por nutricionistas e graduandos em Nutrição, psicólogos e graduandos em Psicologia da Unifor, psiquiatras e residentes em Psiquiatria, em parceria com o HSMPFP. Destina-se ao cuidado ambulatorial de pessoas que apresentam transtornos alimentares, na faixa etária de 13 a 60 anos. Telefone: (85) 3477 3621

5. Assessoria Biopsicossocial da SSPDS
A Assistência Biopsicossocial (Abips) é um setor da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará que foca no atendimento psicossocial aos servidores do órgão. É destinado a policiais militares, bombeiros militares, policiais civis e profissionais peritos forenses. Telefone Administrativo: (85) 98619 4860.

6. Projeto de Apoio à Vida

O Projeto de Apoio à Vida (Pravida) tem como meta a prevenção do suicídio e o apoio à população com histórico de tentativa de suicídio ou de ideação suicida. É um programa de extensão da Faculdade de Medicina, formada por acadêmicos de Medicina e Psicologia sob orientação do professor doutor Fábio Gomes de Matos e Souza. Telefone: (85) 3366 8149

7. Centro de Valorização da Vida - 188

O Programa CVV de Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio presta serviço voluntário, sigiloso e gratuito de apoio emocional, com atendimento presencial, via chat e, principalmente pelo telefone 188, com chamada gratuita e anônima.

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