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Da Divine ao Drag Bruch, a arte drag no Ceará se reinventa
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Da Divine ao Drag Bruch, a arte drag no Ceará se reinventa

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No Ceará, a arte drag chega no fim dos anos 1980 com a caricata Romeirinha Escrachada, que se vestia de forma espalhafatosamente grande. Lena Oxa, conhecida como caçadora de mistérios e apresentadora do famoso reality show "Glitter: em busca de um sonho", afirma que, em Fortaleza, as caricatas se transformaram nas drag queens.

"Existia o movimento caricato que eram os humoristas que se vestiam grotescamente. Mas aqui as caricatas se transformam em drag de forma muito lenta, que elas nem percebem. Essas novas nomenclaturas surgiram nos anos 1990, e a Romeirinha já trabalhava fazendo propagandas", conta.

Lena conta que na época em que trabalhou na boate Divine, ela realizou o concurso "Top Drag", quando aproximadamente 200 drag queens se lançaram. "Eu posso dizer que eu fui a precursora do movimento drag queen na virada do milênio, porque graças a esse concurso muitas drags conseguiram se libertar", pontua.

A Mulher Barbada, que foi integrante do grupo As Travestidas, diz que atualmente a arte vem tomando o fôlego que havia se perdido com o fim da Divine. Para ela, em Fortaleza a cena drag nunca morreu, mas deu uma recuada.

"Com a pandemia essa cena se fragilizou muito. Hoje eu sinto que as coisas vêm melhorando. Nós temos visto cada vez mais a presença de drags, em mais festas, criando seus próprios eventos como o 'Drag Brunch Ceará'", conta. Ela destaca que falta valorização da cena noturna, o que atrapalha o desenvolvimento dessa arte que é tão própria e tão importante para a comunidade LGBTQIAP .

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