Os meses de fevereiro a maio são anualmente esperados por moradores do Ceará. O período, conhecido como quadra chuvosa cearense, concentra as principais chuvas do ano no Estado e é de suma importância para a agricultura, meio ambiente e abastecimento dos 184 municípios cearenses.
Ao contrário do que muitos podem presumir, a medição das chuvas no Ceará é feita manualmente, município por município. O registro é feito diariamente por xxx voluntários da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), que utilizam um equipamento padrão para registrar os volumes que caíram sobre as localidades.
Para realizar a contagem, todos os voluntários utilizam um medidor padrão, denominado “Ville de Paris”, para contabilizar os volumes pluviais das últimas 24 horas. Todas as medições, nos 527 postos de coleta do Ceará, são realizadas no início das manhãs e correspondem aos volumes entre as 7 horas de um dia e do outro.
“Nossas telefonistas aqui, recebendo o dado, começam a digitar esses dados no computador, isso vai para um banco de dados onde é armazenada toda a série de dados desde a fundação da Funceme, em 1972. A partir da chegada dos dados no banco de dados é feito um processamento para gerar os produtos que vão, como o calendário de chuvas que você tem no site da funceme e no aplicativo”, explica a gerente de meteorologia da Fundação, Meiry Sakamoto.
O número de postos é quase três vezes maior que o número de cidades do Estado. Isso se deve ao fato de que, para se obter uma medição mais precisa de como as chuvas afetaram as localidades, cada município pode ter mais de um posto de coleta. Fortaleza, por exemplo, tem cinco.
A Funceme utiliza uma padronização para a previsão das chuvas, mas ela não reflete por completo os resultados das precipitações nos municípios. Os reais impactos das chuvas nas cidades dependem da infraestrutura do local onde choveu bem como do período de tempo que a precipitação durou.
Chuvas fracas: 0 milímetro por hora (m/h) a 4 mm/h
Chuvas moderadas: 4 mm/h a 12 mm/h
Chuvas fortes: acima de 12 mm/h
Durante os meses da quadra, durante após as chuvas há ocorrências como deslizamentos, enchentes e desabamentos. Para o coordenador-geral de operação e modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi, a situação pode se tornar ainda mais grave quando esses desastres atingem a população socialmente vulnerável.
“Desastre é letal quando atinge pessoas. Essa é uma concepção mais moderna de desastre. Um desastre é aquele que afeta a população vulnerável. Nós precisamos saber onde estão as pessoas que moram nas áreas de risco e quantas pessoas existem, em que condições vivem e assim por diante”, explica.
Também é preciso compreender as diferenças entre os tipos de ocorrência e como cada uma deve ser combatida. Na capital cearense, os casos são separados por “tipologias” e seguem procedimentos específicos para cada ocasião.
“As tipologias são as categorias de ocorrências atendidas, usualmente, pela Defesa Civil de Fortaleza, as quais apresentam definições distintas, e os procedimentos são os direcionamentos que se sugere seguir em cada situação identificada, através das tipologias elencadas para os atendimentos realizados”, afirma a Defesa Civil da Capital, em nota enviada ao O POVO.
O mês de fevereiro teve recorde de chuvas para o período na história de Fortaleza. A Defesa Civil registrou aumento de 462% nos casos atendidos. Dentre os procedimentos realizados, estão o combate a alagamentos, desabamentos, deslizamentos, enchentes e inundações.
Alagamento: acúmulo momentâneo de águas em uma dada área por problemas no sistema de drenagem, podendo ter, ou não, relação com processos de natureza fluvial e/ou pluvial.
Enchente: acontece quando as águas das chuvas, ao alcançar um curso d'água, causam um aumento na vazão por certo período de tempo, podendo chegar ao nível da calha do rio; este acréscimo na descarga d'água tem o nome de cheia ou enchente.
Inundação: no período de enchente, por vezes, as vazões atingem tal magnitude que podem superar a capacidade de descarga da calha do curso d'água e extravasar para áreas marginais habitualmente não ocupadas pelas águas. Este extravasamento caracteriza uma inundação. Quando as águas não atingem as residências próximas, caracteriza-se o risco, e a área marginal que periodicamente recebe esses excessos de água denomina-se planície de inundação, várzea ou leito do rio.
Desabamento: quando uma edificação sofre uma avaria, provocada por fatores naturais, mistos ou antropológicos, causando ou não a queda parcial ou total desta edificação. O risco de desabamento ocorre quando uma estrutura apresenta sinais de possível colapso estrutural.
Deslizamento: quando movimentos de massa, de solo e rocha são causados pela infiltração de água da chuva. Porém, há outros fatores que poderão provocá-lo, como terremotos, erupções vulcânicas e vibrações causadas por máquinas pesadas.
Solapamento: toda ação que cause uma ruptura na continuidade retilínea de um determinado terreno. Acontece quando o solo de uma residência, via pública ou encosta de um rio afunda, provocando abertura de um buraco no solo de pequenas a grandes proporções. Podem ocorrer por causa das chuvas, construções em locais impróprios para habitabilidade e/ou vazamentos subterrâneos.
Chuva isolada: referente ao espaço geográfico. Uma “chuva isolada” ocorre quando as precipitações caem sobre determinada parcela de um município ou região e não sobre a área toda.
Seca: fenômeno que se evidencia quando as variáveis meteorológicas se comportam fora da normalidade, caracterizando um desvio da situação normal ou média sob análise. Envolve a alteração de fatores além das chuvas, como situação do solo e temperatura.
Estiagem: período onde historicamente um local registra poucas chuvas. Pode ser definida como característica histórica de uma determinada região, de um determinado estado. O período de pouca chuva do Ceará, ou seja, o período de estiagem, é o período que vai de julho até dezembro.
Fonte: Defesa Civil de Fortaleza e Funceme.
QUADRO O que é considerada chuva fraca, moderada e forte
A Funceme utiliza uma padronização para a previsão das chuvas, mas ela não reflete por completo os resultados das precipitações nos municípios. Os reais impactos das chuvas nas cidades dependem da infraestrutura do local onde choveu bem como do período de tempo que a precipitação durou.
Chuvas fracas: 0 milímetro por hora (m/h) a 4 mm/h
Chuvas moderadas: 4 mm/h a 12 mm/h
Chuvas fortes: acima de 12 mm/h
INFO Nomenclaturas comuns durante a quadra chuvosa
Alagamento: acúmulo momentâneo de águas em uma dada área por problemas no sistema de drenagem, podendo ter, ou não, relação com processos de natureza fluvial e/ou pluvial.
Enchente: acontece quando as águas das chuvas, ao alcançar um curso d'água, causam um aumento na vazão por certo período de tempo, podendo chegar ao nível da calha do rio; este acréscimo na descarga d'água tem o nome de cheia ou enchente.
Inundação: no período de enchente, por vezes, as vazões atingem tal magnitude que podem superar a capacidade de descarga da calha do curso d'água e extravasar para áreas marginais habitualmente não ocupadas pelas águas. Este extravasamento caracteriza uma inundação. Quando as águas não atingem as residências próximas, caracteriza-se o risco, e a área marginal que periodicamente recebe esses excessos de água denomina-se planície de inundação, várzea ou leito do rio.
Desabamento: quando uma edificação sofre uma avaria, provocada por fatores naturais, mistos ou antropológicos, causando ou não a queda parcial ou total desta edificação. O risco de desabamento ocorre quando uma estrutura apresenta sinais de possível colapso estrutural.
Deslizamento: quando movimentos de massa, de solo e rocha são causados pela infiltração de água da chuva. Porém, há outros fatores que poderão provocá-lo, como terremotos, erupções vulcânicas e vibrações causadas por máquinas pesadas.
Solapamento: toda ação que cause uma ruptura na continuidade retilínea de um determinado terreno. Acontece quando o solo de uma residência, via pública ou encosta de um rio afunda, provocando abertura de um buraco no solo de pequenas a grandes proporções. Podem ocorrer por causa das chuvas, construções em locais impróprios para habitabilidade e/ou vazamentos subterrâneos.
Chuva isolada: referente ao espaço geográfico. Uma “chuva isolada” ocorre quando as precipitações caem sobre determinada parcela de um município ou região e não sobre a área toda.
Seca: fenômeno que se evidencia quando as variáveis meteorológicas se comportam fora da normalidade, caracterizando um desvio da situação normal ou média sob análise. Envolve a alteração de fatores além das chuvas, como situação do solo e temperatura.
Estiagem: período onde historicamente um local registra poucas chuvas. Pode ser definida como característica histórica de uma determinada região, de um determinado estado. O período de pouca chuva do Ceará, ou seja, o período de estiagem, é o período que vai de julho até dezembro.
Fonte: Defesa Civil de Fortaleza e Funceme.