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Nem sempre o cachorro é o melhor amigo do homem: entenda o que pode causar agressividade
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Nem sempre o cachorro é o melhor amigo do homem: entenda o que pode causar agressividade

Comportamentos agressivos, estresse, medo e outros fatores podem tornar a convivência de um animal com um ser humano complicada, ocasionando restrições em sua adoção e até mesmo a proibição de sua circulação sem proteção
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O pitbull é uma das raças de cachorro que possui recomendações sobre seus cuidados e, principalmente, sobre seu convívio em sociedade (Foto: Reprodução/ Adobe Stock)
Foto: Reprodução/ Adobe Stock O pitbull é uma das raças de cachorro que possui recomendações sobre seus cuidados e, principalmente, sobre seu convívio em sociedade

O bebê o chama de "au au", o homem o chama de melhor amigo, companheiro ou qualquer adjetivo que retrate a lealdade que tem um cão para com o ser humano.

Mas, assim como os seres humanos, os animais também podem apresentar picos de estresse e, consequentemente, um comportamento mais agressivo, podendo apresentar perigo para a convivência com tutores e com o restante da sociedade.

Exemplos recentes são o ataque de três cachorros pitbull contra a escritora Roseana Murray - que precisou amputar o braço direito e uma orelha - no Rio de Janeiro, e o caso do rapaz que, em meio a um ataque de epilepsia, foi morto por um cachorro da mesma raça.

E, por este e por outros motivos, algumas raças podem sofrer algumas restrições e até mesmo serem proibidas de serem criadas em alguns países. Para explicar melhor como isso acontece, O POVO conversou com médicos veterinários.

Um ponto central é que a natureza encara a agressividade como um mecanismo de defesa. Se algo não vai bem ou gera medo, a tendência — inicialmente — é demonstrar desconforto. Uma atitude errada de um humano pode desencadear um comportamento mais violento no cão.

É o que aponta o professor do curso de medicina veterinária da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Breno Pinheiro. "Isso é normal para várias espécies, inclusive cães", explica." O cão, quando fica desconfortável, normalmente retrai o rabo, recolhe mais o corpo, pode expor a barriga, tende a fazer o licking - um movimento de lambedura do focinho - para tentar mostrar que está estressado e apaziguar o ambiente".

Se por ventura as primeiras demonstrações não forem suficientes, o animal passa a mostrar os dentes — um instinto característico dos cachorros — e depois disso, ele parte para a agressividade.

De onde vem o comportamento agressivo dos cães?

O comportamento agressivo de cachorros podem ser resultado de muitos fatores. Genética, socialização inadequada, experiências traumáticas, dor, medo e falta de treinamento são algumas das razões citadas pelo veterinário Daniel Viana, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-CE).

"Embora a agressão possa ser influenciada pela genética da raça, é importante entender que o comportamento agressivo não é uma característica inerente a todas as raças de cães, e muitos cães de raças consideradas agressivas podem ser amigáveis e bem comportados com uma socialização adequada e treinamento adequado", aponta.

Breno Pinheiro complementa que, caso o animal não tenha ajuda para conseguir superar o seu medo, ele passa a carregar traumas, não aprende a demonstrar sinais de temor e acaba optando pela agressão.

"Uma forma de evitarmos esse tipo de situação é procurar informação sobre comportamento animal, principalmente sobre o seu pet. E caso o animal apresente sinais de trauma, agressividade, esse animal deve ser encaminhado a um adestrador", explica.

Caso o adestramento não funcione, Pinheiro informa que é necessário que o animal seja encaminhado para um médico veterinário comportamentalista - como um psiquiatra pet - que pode prescrever (se necessário) fármacos que vão auxiliar a evitar esse tipo de situação.

O que diz a legislação sobre as raças de animais que são proibidas?

Existem muitos fatores que podem levar à proibição de raças de cães em países ou regiões. Alguns destes são relacionados a preocupações com a segurança pública, histórico de ataques, características físicas específicas da raça, além de preocupações com o bem-estar animal.

"A legislação que regulamenta isso pode variar de acordo com o país ou região", esclarece Daniel Viana. "Geralmente envolve leis de controle de animais ou legislação específica sobre cães potencialmente perigosos. No Brasil, a proibição de raças de cães é definida por legislação municipal, ou seja, cada município pode ter suas próprias regras quanto a isso".

Nos casos de raças de histórico de agressividade, como os pitbulls, existe a recomendação do uso de focinheiras, guia curta de condução e enforcadores. Viana cita ainda que a legislação exige o uso como medida de segurança pública.

"No Brasil, a focinheira é o dispositivo de controle permitido. No entanto, o uso desses dispositivos deve ser acompanhado de treinamento adequado e não deve ser a única medida adotada para lidar com o comportamento agressivo".

Ele alertou ainda que o uso inadequado ou excessivo desses dispositivos pode causar estresse e desconforto ao animal, portanto, é necessário que o uso do acessório tenha cuidados, além da orientação de um veterinário qualificado.

Algumas raças de cachorro com restrições ou proibições em municípios brasileiros

1. Pit Bull

2. American Staffordshire Terrier

3. Fila Brasileiro

4. Dogo Argentino

5. Wolfdog

Fonte: Daniel Viana, presidente do CRMV-CE

 

Algumas raças de cachorro com restrições ou proibições em municípios brasileiros

Pit Bull 

American Staffordshire Terrier

Fila Brasileiro

Dogo Argentino

Wolfdog

Fonte: Daniel Viana, presidente do CRMV-CE

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