Logo O POVO+
Afinal, podemos ficar sem consumir açúcar?
ETC

Afinal, podemos ficar sem consumir açúcar?

Edição Impressa
Tipo Notícia

Com o assunto em alta, alguns usuários levantaram a discussão sobre a responsabilidade de propagar conteúdos relacionados à alimentação. Segundo a médica endocrinologista Karina Sodré, doutora em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), há a diferença entre uma dieta sem açúcar branco e uma dieta sem carboidrato, classificados em simples e complexos. "Os carboidratos simples são moléculas pequenas que fornecem energia rapidamente e fazem a glicemia (nível de açúcar do sangue) subir na mesma velocidade. Esse é o açúcar de mesa."

Os carboidratos complexos são moléculas maiores, e a probabilidade de serem convertidos em gordura é menor. "Eles também aumentam os níveis de açúcar no sangue mais lentamente e em níveis menores por um período mais longo. Os carboidratos complexos incluem amidos e fibras, cereais (como cevada e milho), feijões e tubérculos (por exemplo, batata e batata-doce). Logo, uma pessoa pode ficar sem comer açúcar branco", ressalta Karina.

Pedro Guilherme, educador físico, ressalta que os açúcares são importantes fontes de energia, e sem nenhum tipo de açúcar o indivíduo pode se sentir cansado. "Todo carboidrato vira açúcar, então seria muito difícil o ser humano ficar sem consumir nenhuma fonte de açúcar."

A escolha por uma dieta sem açúcar refinado, segundo a psicóloga Ana Paula, requer um período de adaptação, pois ao restringir o hábito pode-se perceber inicialmente mudanças de humor, comportamentos compulsivos e ansiedade. Contudo, esse estado de adaptação é temporário e transitório: "Daí a importância de compreender que qualquer processo de mudança precisa ser realizado de forma gradativa para que se torne sustentável. Após o período de adaptação, o cérebro, abastecido por outras fontes de serotonina, como atividades físicas e outras fontes de carboidratos, tende a não sentir mais a necessidade do açúcar".

Para um adulto saudável, a porcentagem de carboidratos, em média, deve ser equivalente a 45 a 65% da dieta diária. Porém, a endocrinologista Karina Sodré explica que a quantidade pode variar de acordo com o tipo de carboidrato consumido, se é composto de fibras e amido ou apenas açúcares, e de fatores como idade, gênero e comorbidades já existentes."Se em seguida a pessoa voltar a comer excesso de carboidratos simples, como doces e massas, o peso voltará a aumentar", lembra.

O que você achou desse conteúdo?