Como o próprio nome indica, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é uma medicação de prevenção para pessoas que correm risco de contrair o HIV. O remédio é tomado antes de o usuário ter um possível contato com o vírus. "A ideia é que, tomando a medicação, [a pessoa] tenha um risco bem menor de adquirir o HIV", explica Lara Távora, diretora médica do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ).
Segundo o MS, o medicamento é indicado para "qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade para o HIV". Lara cita algumas situações em específico: pessoas que tem parceiros que convivem com o HIV, que frequentemente deixem de usar camisinha em suas relações sexuais — anais ou vaginais —, profissionais do sexo etc.
Leo Nunes, 31, começou a tomar o medicamento há cerca de quatro anos, em 2020. "Na época, eu estava tendo um relacionamento aberto. Então, nós dois podíamos ficar com outras pessoas e acabamos decidindo começar a tomar [a PrEP] para proteger um ao outro", explica.
Ele costuma pegar as medicações uma vez a cada quatro meses, toma uma pílula por dia e nunca teve nenhum efeito colateral. "No começo eu tinha um certo medo [da efetividade do remédio], mas depois eu comecei a me permitir mais."
Segundo a diretora médica, o usuário deve ser orientado por um médico durante todo o processo para ver se continua testando negativo para o HIV e se a medicação não está causando nenhum dano ao organismo.
"Dependendo do paciente, os danos podem ser maiores ou menores. Geralmente, em pacientes de mais risco, há a possibilidade de lesão renal ou óssea. Mas quem vai ver isso é o médico que vai acompanhar. Se estiver tudo bem, o paciente pode tomar a medicação a vida inteira. Enquanto ele sentir que está sob risco [de contrair o HIV], ele pode tomar", explica a diretora médica.
A PrEP, no entanto, não substitui as camisinhas. Os preservativos continuam sendo a medida mais adequada e eficaz no combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) pois protegem contra uma série de doenças, não apenas do HIV, como a PrEP.