No dia 25 de julho deste ano, Parambu, na microrregião do Sertão dos Inhamuns, registrou 12,9º, a mais baixa temperatura dos últimos 52 anos, período em que a Funceme começou a monitorar.

A cidade está dentro das Áreas de Suscetibilidade de Desertificação (ASD). "Entre 21 de julho e 21 de setembro a nossa região recebe pouca radiação. Os raios do sol atingem mais as regiões Norte do planeta. Então, cria, nesse período, na nossa região, as condições de uma amplitude térmica, ou seja, a diferença entre a maior e a menor temperatura fica muito alta", explica a professora do Departamento de Geografia da UFC e especialista em desertificação, Marta Celina Sales.

De acordo com ela, as baixas temperaturas não têm relação direta com a desertificação, visto que o primeiro fator ocorre em determinados períodos do ano, de julho a setembro, enquanto o segundo é resultado de ações antrópicas contínuas.

"Não quer dizer que a desertificação não esteja em andamento, mas essa é só uma variável. Quanto mais dentro do continente, mais distante do mar, mais essas temperaturas caem."