A aprovação da lei 12.987/2014 veio para relembrar a luta da Rainha Tereza, assim como sua memória e resistência.
"Sua história não difere muito de outras mulheres negras africanas escravizadas na América Latina. No entanto, dentro da produção historiográfica e da atualidade, vemos o crescente número da violência contra as mulheres", afirma Hilário.
De acordo com ele, do ponto de vista histórico, "há além do apagamento da população negra, o da mulher negra na luta contra a escravidão". Ele destaca que a memória de Tereza, na região onde ela viveu, ainda é bastante viva e se reproduz da história oral.
"Nada mais importante do que ressignificar, trazendo à tona a memória dessa mulher negra, que durante duas décadas reinou um quilombo. Onde em sua maioria teve homens a sua frente".
Diante dessa afirmação do historiador, podemos julgar como é importante a criação dessa data em um país onde as maiores vítimas de violência sejam mulheres negras. A lei foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, do ano de 2021, 61,8% das vítimas de feminicídio eram negras.