A doutoranda em Literatura Brasileira (FFLCH/USP), Luciana Martins Diogo, que também é autora dos livros Maria Firmina dos Reis: vida literária (Malê, 2022) e Cantos à beira-mar e outros poemas (Fósforo, 2024), destaca que quando Firmina falece, nenhuma nota foi publicada pela imprensa, mesmo tendo contribuído com os jornais locais.
"Ao que se sabe, não foi encontrada nenhuma nota nos jornais maranhenses, noticiando ou marcando a contribuição dela. Isso também aconteceu com outras autoras do século 19".
Luciana continua: "No mesmo momento em que essas mulheres estavam vivas e seus contemporâneos da imprensa tiveram seus textos debatidos pela crítica, ao mesmo tempo que elas falecem, caem no esquecimento pelo próprio desinteresse da crítica feita pelos homens em manter esses textos debatidos", explica.
Um outro motivo para o silenciamento, seria o fato de Firmina ser uma mulher negra que debatia temáticas raciais à época. "Não foi uma temática privilegiada pela crítica".