A fitopatologista da Embrapa Christiana Bruce explica que há quatro raças do fungo. Segundo ela, as raças um, dois e quatro acometem as bananas, já a raça três agride as helicônias. O fator que mais contribui para a propagação do fungo é o transporte de mudas.
Nos casos das raças um e dois, que ocorrem no Brasil, existem dois produtos para controlar o fungo: Tiabendazol, um fungicida, e extrato de Melaleuca alternifolia; ambos são registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Christiana Bruce afirma que uma alternativa para mitigar o possível risco de extinção seria realizar pesquisas para descobrir novas variedades da fruta. "Que sejam resistentes ao fungo ou tolerantes e também métodos de controle alternativo para essa doença, que seria o que eu venho trabalhando aqui na Embrapa. Seria a utilização de microrganismos benéficos para controle da doença", explica.
O melhoramento genético, que é trabalhado pela Embrapa, funciona da seguinte forma: uma característica desejável é adicionada na planta, assim ela será capaz de tolerar o patógeno. Um cenário onde bananas transgênicas possam ser comercializadas no Brasil ainda é questionável. Conforme a cientista da Embrapa, a questão da adaptação da fruta em solo brasileiro e a aceitação do público devem ser levadas em consideração.
"Não adianta nada ela ser resistente ao patógeno, se não se adapta às nossas condições [climáticas] ou não ter uma aceitação comercial. Imagina produzir uma banana que seja tolerante ao fungo, mas você chega no mercado para vender e ninguém quer comprar", pondera. "É interessante a gente ter cada vez mais alternativas para o controle da doença. Desde a parte de melhoramento genético, mas também o uso de microrganismos benéficos para o controle biológico".