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A repressão religiosa e a resistência cultural
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A repressão religiosa e a resistência cultural

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O antropólogo Franck Ribard explica que as festas se tornaram parte da cultura popular brasileira através da relação histórica com o continente africano, o dinamismo e a resistência cultural e identitária dos povos africanos.

"A cultura popular brasileira emergiu naturalmente das bases culturais africanas religiosas ou não, que se reterritórializam aqui ao contato das populações indígenas e europeias. A cultura popular brasileira é muito rica e diversa, infelizmente às vezes não reconhecida na sua herança africana", adiciona.

Ainda com a diversidade religiosa e o passar do tempo, as celebrações dessas religiões sofrem com diversas questões, uma delas é o racismo religioso. Para Franck Ribard, as principais questões atribuídas ao crime seria o racismo estrutural e a herança secular de mais de 350 anos de escravidão.

"Às quais se juntam estratégias atuais perigosas de incentivo ao ódio e à perseguição por parte de certas vertentes radicais de igrejas cristãs que buscam se posicionar no mercado da fé", explica.

"Essa intolerância e esse racismo religioso maculam, infelizmente, nosso país, na rua, no ônibus, na repartição pública, no shopping, na escola, na favela ou em relação aos terreiros ou às festas religiosas", finaliza.

Em Fortaleza, casos de intolerância religiosa podem ser registrados na sede da Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim), que funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas, na rua Valdetário Mota, 970, Papicu. Também é possível registrar Boletim de Ocorrência no site www.delegaciaeletronica.ce.gov.br. 

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