Com pouca chuva e um calor intenso, a primavera recém chegou ao Brasil e com ela o uso redobrado do protetor solar. Mas, além dos ambientes externos — como praias e parques, saiba a importância de usar o produto em ambientes fechados.
Protetor solar é essencial em dias nublados? ENTENDA
Seja um caminho para ir ao trabalho, à parada de ônibus ou então uma saída entre amigos, estamos sujeitos a ser atingidos pela radiação solar Radiação eletromagnética que se divide principalmente em três tipos: infravermelho, luz visível e ultravioleta (UV). .
Para além do ambiente externo, o uso do protetor solar é importante, pois ambientes internos também possuem luminosidade ultravioleta.
“A longo prazo ela causa fotoenvelhecimento O termo refere-se ao envelhecimento prematuro da pele causado principalmente pela exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) do sol, que leva ao aparecimento de rugas, manchas, ressecamento, flacidez e perda de viço, além de aumentar o risco de câncer de pele. . Então para aquelas pessoas que já têm doenças de pele, que têm ação fotossensibilizante, a gente recomenda utilizar protetor solar durante o dia mesmo em ambientes fechados”, é o que explica o dermatologista Cláudio Dias Gomes.
O fotoenvelhecimento também pode ser acelerado por outros fatores ambientais como a luz visível (HEV) de telas e câmaras de bronzeamento artificial, poluição, fumo e má alimentação.
A numeração recomendada do Fator de Proteção Solar (FPS) a ser utilizada é de, no mínimo, 30.
“Lembrando que o FPS é uma proteção contra a radiação ultravioleta tipo B (UVB). A radiação ultravioleta tipo A (UVA) é medida por outro indicador no protetor chamado, de PPD. Por lei, ele tem que ter no mínimo um terço do FPS", afirma o dermatologista.
PPD é a abreviação do inglês de 'Persistent Pigment Darkening', que em português significa 'Escurecimento Persistente do Pigmento'.
Na composição dos protetores, o PPD combate os raios ultravioleta tipos A, responsável pelo câncer de pele e o fotoenvelhecimento.
Em alguns casos, a luz visível pode afetar pessoas com problemas de pele, como doenças fotossensibilizantes Condição que torna o corpo e/ou a pele mais sensíveis à luz solar, causando irritações como erupção, vermelhidão ou bolhas. . Esse tipo de luz é que podemos enxergar, indo do vermelho ao violeta e representa cerca de 40 a 47% da radiação solar que atinge nossa pele.
Lúpus, dermatomiosite, porfiria, xeroderma pigmentoso e algumas síndromes genéticas podem ser consideradas como doenças fotossensibilizantes.
“É interessante que essas pessoas utilizem um protetor solar quando estiver usando computador e telas [no geral], por conta da luz visível”, diz o dermatologista.
Para combater a radiação UVB, Cláudio Dias explica que o FPS recomendado é “do 30 para cima”.
“Existem protetores solares que eles têm FPS acima de 100, mas que na embalagem, por lei, não pode colocar como valor 100 para não passar aquela ideia de proteção 100%", destaca.
Segundo Cláudio, apesar da alta numeração do FPS, o produto não libera o usuário para pegar sol. “É uma proteção a mais, mas não é algo que te libera. Na Europa os protetores solares só podem ter a denominação de 50+”.
No Brasil, a legislação permite utilizar na embalagem até a numeração 99. Conforme o "Manual do Protetor Solar", feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o termo “máxima proteção” é aceito somente para produtos com FPS 99.
Entre as numerações de FPS, a dermatologista Bárbara Melo considera que os mais importantes são os FPS30 e de 50 para cima.
“Uma pessoa que não tem um dano grave de pele e quer prevenir, ou não pode usar um creme muito pesado, [utiliza] um [protetor de] 30. Se eu tenho alguma doença pré-existente, já tive câncer de pele, tenho manchas, ou tenho um pouquinho mais de idade, o ideal é esse FPS ser pelo menos 50, que é o que a gente chama de tudo que tá acima de 50", esclarece ela.
Para saber qual é o produto mais adequado para cada tipo de pele, é necessário passar por uma consulta com o profissional da área.
“É avaliado o tipo de pele e as necessidades. Se é uma pele oleosa, acneica ou madura. Eu posso acrescentar nesse protetor um clareador, antioxidantes ou um antirruga”, acrescenta Bárbara.
Cláudio explica que, apenas 2% da população brasileira que utiliza protetor solar, usa da forma correta.
“Na prática, é como se protetor fator 30, na pele do brasileiro, correspondesse a um fator 10, porque não é reposto a cada duas horas. Quando ele passa, é só uma ou duas vezes ao dia”.
O ideal é aplicar a cada três horas durante o dia todo, durante o período que tiver radiação solar. Segundo Cláudio, o momento “é a partir do momento em que se acorda, até o finalzinho da tarde”.
Segundo ele, um protetor com FPS 99, se não usado corretamente, sua eficácia cai para 33. Independente da numeração, o recomendado é reaplicar o produto a cada 3 horas.
“A numeração só indica que aquele protetor, para produzir uma alteração de cor da pele, é necessário 99 vezes mais energia na pele que tá protegida comparado com uma pele que não tá protegida", esclarece Cláudio.
A dermatologista Bárbara Melo enumera os riscos causados pela não utilização do protetor solar. Confira abaixo:
Queimadura solar Existem três tipos: leve, apenas com vermelhidão; intensa, com bolhas; graves, com sintomas de desidatração.
"O melanoma pode acontecer sem a associação direta com o sol, mas a presença dos raios pode fazer aparecer sinais novos ou mudar os antigos. E o melanoma é o câncer de pele mais grave de todos", alerta ela.
Em casos de alergia a algum composto químico no protetor, a pessoa deverá trocar de produto ou procurar outro método de proteção.
Bárbara Melo enumera as formas de proteção que podem ser adotadas em conjunto com o uso do protetor solar.
Segundo ela, em meios físicos — como ir a pé para algum lugar, é possível utilizar boné e chapéu de aba larga, além das roupas de proteção. Veja abaixo o que pode ser utilizado:
Além disso, o dermatologista Cláudio acrescenta que, alguns horários são inadvertidos: “Esses horários das 9 às 16 horas, se puder evitar, é melhor”.
No caso de bebês, o horário recomendado é antes das 9 horas. “É o solzinho da manhã para estimular ali a produção de vitamina D, que o bebê também precisa".