A concentração começou às 16 horas, e, enquanto os membros dos maracatus aqueciam os cantos, loas, danças e preparavam os figurinos e maquiagens, diversos transeuntes, em sua maioria turistas, paravam para observar a movimentação e tirar fotos.
Recém-casados, os turistas cariocas Beatriz Narciso e Alexandro da Silva vieram passar a lua de mel na Capital. Ao saírem para caminhar na orla, se depararam com a preparação dos maracatus. “Eu não conhecia, só de ver um pouco na televisão. Achei o máximo, não saio daqui hoje sem acompanhar esse cortejo”, afirmou ela, que conversou com membros de diversos maracatus para tirar dúvidas sobre a manifestação cultural. Para Alexandro, o que mais chamou a atenção foi a “cara pintada”, disse, fazendo menção à utilização do negrume.
O secretário da Cultura de Fortaleza, Evaldo Lima, lembrou o caráter de luta do Maracatu e adiantou que o Teatro São José, que abrirá as portas em agosto, terá um espaço dedicado à manifestação - o equipamento, quando aberto, chegou a abrigar o Museu do Maracatu por iniciativa da professora Lyrisse Porto. “Essa celebração é a memória coletiva de um marco de resistência e ancestralidade. Estou conversando com os maracatus para que a gente comece a preparar o espaço que será destinado a eles no Teatro São José. É uma expressão do nosso respeito à tradição da cultura popular e à memória da dona Lyrisse”, afirmou.
(João Gabriel Tréz)