Esqueça a Casa da Moeda. O novo golpe da quadrilha da série La Casa de Papel é muito maior. A terceira temporada, que estreia hoje na Netflix reúne os mascarados na missão impossível de roubar ouro do impenetrável Banco da Espanha. Tudo isso em meio a uma guerra declarada contra o Estado, ou melhor, o "sistema".
Lançada em 2017, a série espanhola é assinada por Álex Pina e veiculada pelo canal de TV Antena 3. A produção foi distribuída na Espanha e comprada pela Netflix no final do mesmo ano.
Uma vez disponível no catálogo da gigante do streaming, La Casa de Papel se tornou uma febre nos países latinos. As máscaras dos assaltantes, que imitam o rosto do pintor Salvador Dalí, tomaram até o carnaval no Brasil.
"Não há um segredo específico ou uma fórmula mágica para o sucesso do seriado, mas acredito que a produção usa elementos que emocionam as pessoas", afirma Darko Peric, que interpreta o personagem Helsinki. Ele cita especificamente a iconografia de La Casa de Papel. "A máscara é um símbolo, assim como Bella Ciao (canção antifascista italiana que se torna o hino dos assaltantes)", diz. "O uso da cor vermelha, a mesma da Coca-cola, Netflix e Marlboro, também".
Para Álvaro Morte (o Professor), o segredo está na identificação com os conflitos internos dos personagens. "Os elementos visuais e sonoros são importantes, mas acho que o que mais encanta o público é a ideia da resistência", afirma. "Há esse mote de que é possível lutar contra as injustiças e mudar as coisas, e qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo pode se identificar com isso".
Berlim, interpretado por Pedro Alonso, é o líder dos assaltantes na primeira temporada. Personagem de várias camadas, sofre de uma doença degenerativa, tem pouco tempo de vida pela frente e é, de longe, o mais sádico dos assaltantes.
Apesar do currículo, Berlim se tornou um dos personagens mais amados da série, talvez o mais. No tapete vermelho da pré-estreia em Bogotá, onde apareceu de surpresa, Alonso comentou sobre o apelo do seu personagem. "Talvez ele seja tão popular porque sua condição permite que ele veja coisas e faça coisas que, na vida normal, ninguém teria coragem de fazer", disse.
Fuzilado no final da segunda temporada, Berlim aparece com muita frequência nos novos episódios, em flashbacks. O carinho do público pelo personagem é tão grande que há quem alimente esperanças de que ele esteja vivo e logo vai reaparecer. Misterioso, Alonso apenas responde "sim", quando questionado se estará na quarta temporada do seriado.
Álvaro Morte promete que os novos capítulos vão trazer ainda mais complexidade aos personagens. "Você vê as duas primeiras partes do seriado, acha que tal personagem é assim, não é? Pois não, amigo. Será tudo muito surpreendente".
Com as mortes de Berlim, Oslo (Roberto García) e Moscou (Paco Tous) na segunda temporada, o Professor precisa recrutar novos assaltantes. Entram, agora, Palermo (Rodrigo de La Serna), Bogotá (Hovic Keuchkerian) e Marselha (Luka Peros).
Palermo, "o engenheiro", é um antigo amigo do Professor e de Berlim. Bogotá é um exímio soldador, que encara o assalto como uma oportunidade profissional. Não se sabe mais nada sobre os novos recrutas/assaltantes além disso. Outra personagem que surge na história é Alícia, uma policial grávida e misteriosa, que é responsável por torturar Rio - e parece sentir algum prazer nisso.
Embora a Netflix não divulgue dados de suas produções, fica claro, desde o primeiro episódio, que a 3ª temporada de La Casa de Papel contou com um orçamento turbinado. As gravações foram realizadas em países como Panamá, Argentina, Espanha, Itália, Filipinas e Tailândia. (Agência Estado)