CÂMBIO E PREÇOS A alta do dólar batendo recordes desde a criação do Plano Real e o aumento no preço dos alimentos, como da carne, do feijão e da banana, permearam alguns dos principais assuntos da semana.
São efeitos de causas internas e externas ao País que viram a causa imediata para insatisfação da população brasileira. Isso porque estamos ainda com baixa capacidade de consumo e a alta de valores de alimentos considerados essenciais obriga a troca de produtos por outros. A busca pela substituição também mexe na dança de preços. A procura maior por ovo e frango eleva os valores destas proteínas nas prateleiras.
Mas nem tudo é culpa do Bolsonaro ou de seus ministros. A China aumentou a compra de carne, principalmente a bovina, do Brasil, por causa do surto de peste suína no país. Os mercados brasileiros se voltaram para os chineses, que pagam até 15% a mais pelo produto. Isso desestabilizou o abastecimento interno e a tendência é que o mercado se acomode com os preços mais elevados.
É lógica de mercado. Já o dólar alto, por um lado, pode ser bom para o setor de serviços, com o estímulo das viagens dentro do país pelos próprios brasileiros e a maior demanda de estrangeiros. Por outro, chegam ao bolso do consumidor com preços maiores os produtos que dependem da importação de insumos, como é o caso do pão. Decerto que muitos não vão sentir ou ligar para o impacto da elevação de preços e os principais afetados fazem parte da população de baixa renda.