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Os perigos de um Enem feito "na marra"
Farol

Os perigos de um Enem feito "na marra"

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O campeonato brasileiro de futebol parou. As corridas de Fórmula 1 pararam. NBA, MMA, enfim: a ameaça do novo coronavírus, hoje passando dos 15 mil mortos no Brasil, impôs seu próprio tempo sobre os calendários não só de esportes (que cito a título de exemplo de fácil visualização), como de todo tipo de organização e atividade. Parece lógico então que a educação, área de onde mais se esperam decisões estratégicas e técnicas, seguiria rumo semelhante e faria uma reavaliação dos prazos para o planejamento deste ano.

Pelo visto, só "parece" mesmo. Chefiado por Abraham Weintraub, ministro que parece mais preocupado com a defesa de Jair Bolsonaro e sua pauta ideológica do que com a área que administra, o Ministério da Educação (MEC), agora quer manter datas previstas para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020, a prova de acesso às instituições superiores de ensino do País. A medida é contestada por entidades de educação e deputados, e já provoca uma guerra de ações na Justiça, que cobram o adiamento do exame.

Afeito pela polêmica, Weintraub parece já ter batido questão sobre o tema, o que é problemático por razões óbvias: jovens mais pobres, que sequer tem condição de acompanhar aulas a distância, terão chance de disputar "de igual" com adversários de melhor situação financeira? A disparidade socioeconômica sempre foi o principal entrave para o desenvolvimento da educação do Brasil. Pela primeira vez na história, temos um ministro que atua ativamente para aumentá-la.

 

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