Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..
Tânia Alves é formada em jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Começou no O PCeará e Política. Foi ombudsman do ornal por três mandatos (2015, 2016 e 2017). Atualmente, é coordenadora de Jornalismo..
O anúncio, esta semana, da possível falta de oxigênio e de medicamentos essenciais para manter um sopro de vida para quem está com Covid-19 dentro das UTIs, não é somente fruto da incompetência de gestão do Ministério da Saúde. É também resultado da perversidade e crueldade de um presidente que fez pouco caso das vacinas, toma decisões de forma imatura e diz acreditar em remédios que a ciência já provou serem de pouca eficácia.
Para nós cearenses fica pelo menos a sorte de ter na chefia do Estado um líder consciente de seu papel e um secretário da Saúde que é capaz de sentir a angústia de seus pares. O governador tem sido corajoso para enfrentar crises. Mostrou isso, mais uma vez, quando prorrogou o lockdown em todo o Estado por mais uma semana. É uma medida antipática para parte da população que depende do comércio e gera desgaste potencializado pelo esgoto das redes sociais. Mas é essencial para aqueles que estão em UTIs, tentando buscar um pouco do respiro da vida; ou os que esperam numa fila do SUS ou hospitais particulares por um leito. Também é fundamental para os profissionais de saúde que passam por desgaste emocional inimaginável. Essas dores eu sequer sou capaz de contar como merecia ser.
A nossa desesperança pelas milhares de mortes que se acumulam no País; e nosso desespero pela falta de vacinas, de oxigênio e remédios, só serão melhor avaliados num futuro por nossos netos. Eles saberão enxergar o embate que se deu entre os que valorizam a vida e os que incentivam a morte fechados dentro do egoísmo tosco e prazer pelo poder passageiro.
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