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Projeto de conservação da Caatinga patrocinado pela Petrobras chega à quarta fase
Farol

Projeto de conservação da Caatinga patrocinado pela Petrobras chega à quarta fase

Desenvolvido pela Associação Caatinga, o programa atua desde 2011 realizando ações de prevenção e conservação, uso inteligente dos recursos naturais e de educação e comunicação
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Foto: Reprodução/Instagram Projeto "No Clima da Caatinga" inicia nova fase de conservação do semiárido com patrocínio da Petrobras.

O projeto “No Clima da Caatinga”, que tem como objetivo diminuir os efeitos potencializadores do aquecimento global por meio da conservação do semiárido, iniciou a quarta fase. A iniciativa da Associação Caatinga (AC) é patrocinada pela Petrobras, pelo Programa Petrobras Socioambiental e está desenvolvendo um modelo integrado de conservação da Caatinga.

Com base central na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), unidade incluída na categoria Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), o projeto está em andamento desde 2011 e a nova etapa terá 3 anos de duração. Localizado entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), o espaço é gerido pela AC possui 6.285 hectares.

Entre os trabalhos que serão desenvolvidos estão ações de restauração florestal e distribuição de tecnologias sociais de convivência com o semiárido e adaptação às mudanças climáticas. Além disso, o projeto tem contribuído com o equilíbrio do clima, considerando resultados das fases anteriores, onde foi evitado o sequestro e emissão de aproximadamente 615 mil toneladas de gás carbônico.

“O projeto tem contribuído para reescrever a relação do sertanejo com o bioma Caatinga, conservando a natureza. A ideia é estimular um desenvolvimento sustentável na região”, destaca o coordenador geral da Associação Caatinga, Daniel Fernandes.

Sete eixos de atuação serão desenvolvidos, incluindo gestão e criação de unidades de conservação, restauração florestal, educação ambiental, disseminação de tecnologias sociais de convivência com o semiárido, o fomento à pesquisa científica, incentivo a políticas públicas socioambientais, além de campanhas de comunicação.

“O ‘No Clima da Caatinga’ contribui para o incremento da resiliência e capacidade de adaptação de comunidades rurais à semiaridez e mudanças climáticas e ao mesmo tempo gera novas oportunidades de inclusão social, geração de renda e bem-estar de famílias do semiárido nordestino”, afirma Samuel Portela, coordenador técnico da Associação Caatinga.

O programa também irá produzir e plantar cinco mil mudas de espécies nativas da Caatinga, beneficiando a Reserva Natural Serra das Almas e escolas ao redor. Além disso, a unidade de conservação será um espaço para pesquisas científicas que envolvem a observação de primatas e felinos de grande porte por meio de armadilhas fotográficas (câmeras ativadas por sensores de calor e movimento).

Com relação às ações de educação e conservação ambiental, o projeto realizará atividades contextualizadas para diferentes públicos, principalmente para os de primeira infância e para as mulheres, estimulando empoderamento e ações empreendedoras. Também serão produzidos materiais educativos sobre a Caatinga voltados para educadores, além de vídeos em 360º da RNSA e da exposição interativa “Caatinga - um novo olhar”, de modo a compartilhar informações sobre o bioma de forma lúdica.

O programa já conquistou sete prêmios, além de reconhecimentos nacionais e internacionais. Em 2014, durante a segunda fase, o projeto recebeu o título “Dryland Champions'', da UNCCD/Ministério do Meio Ambiente, por sua relevância nas ações de combate à desertificação. No mesmo ano, recebeu da Presidência da República o prêmio ODM Brasil, por sua contribuição para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Em 2015, conquistou o prêmio Von Martius de Sustentabilidade, um dos mais importantes na área ambiental do Brasil, além de angariar o apoio do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal para recuperar nascentes do semiárido e desenvolver ações de reuso de água em pequenas hortas e pomares.

Por duas vezes, em 2013 e 2015, o programa foi certificado pelo Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil, por disseminar a técnica de gestão de resíduos sólidos e de fogões ecoeficientes. Em 2019, venceu o prêmio “Experiências inovadoras para a promoção do desenvolvimento sustentável”, uma honraria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A Associação Caatinga é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos, que atua desde 1998 com a missão de conservar as terras, florestas e águas da Caatinga, garantindo a permanência de todas as suas formas de vida.

 

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